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O Interno Feminino

Divagações e reflexões do mundo no feminino. Não recomendado a menores de idade ou a pessoas susceptíveis.

Os quilos do nosso descontentamento

Avatar do autor TNT, 02.09.09

Num episódio da Oprah constata-se que a beleza está nos olhos de quem a vê. A beleza é, por isso, completamente subjectiva dependendo de questões culturais ou de género. Fico a saber que na Mauritânia as mulheres mais belas são as mais gordinhas tipo leitão da Bairrada e se tiverem estrias ainda melhor! Já os homens, devem ser magros que nem pauzinhos de virar tripas.

Na nossa cultura ocidental, o cânone de beleza feminino é ser-se magra, elegante, com pernas até ao pescoço e preferencialmente com uns ‘enoooormes seios’ como dizia o Markl. ‘Bora para a Mauritânia?

Após exaustiva pesquisa – como de resto é nosso apanágio e aproveito para agradecer mais uma vez aos nossos preciosos e indispensáveis consultores masculinos – fico a saber que os homens, de uma forma geral, estão-se literalmente nas tintas para aqueles 5 kg que temos a mais e que, pelos vistos, só nós é que damos por eles.

Aparentemente, os homens focam-se nuns quantos pormenores – que ignoramos por completo, e eu cá confesso-me uma anémona nestes assuntos – como a curvatura do pé quando estamos de saltos altos, na curva lateral desde a axila à cintura – vejam só ao que chega! – o cair das calças de seda ou cetim (já não me lembro bem) por cima do pé, a curva da nuca/pescoço – eles até vão à cervical, imagine-se! – e outros detalhes que tais que, honestamente, ignorava por completo. Isto já para não falar daqueles que são tarados pelo cheiro do cabelo, por pés e rabos-de-cavalo... E eu que pensava que eles só queriam rabos, mamas e pernas esguias!

Mas afinal o que é que se passa na cabeça dos homens, pá? Isto é mesmo assim?

Claro que para nos sentirmos bem gostamos de ter o peso ideal ou muito aproximado. E, já agora, se não for pedir muito, prezamos a ausência de celulite e de estrias. Gastamos pipas de massa em cremes adelgaçantes que são uma treta completa. Passamos fome até à imoralidade. Fazemos dietas de sopas, toranjas, queijo fresco e alface. Passamos tempos de infelicidade para sermos felizes quando nos vemos ao espelho ou quando conseguimos enfiar-nos naquelas calças fantásticas de cabedal dos anos 80.

Mas afinal o que é que se passa na cabeça das mulheres? Tem de ser mesmo assim?

Pois é... algumas de nós já não têm 20 anos. Não podemos passar a vida a suspirar pela firmeza e formas de outros tempos. Temos de nos sentir bem connosco próprias e tentar não cair em exageros que, muitas vezes, só se passam na nossa cabeça. Não digo com isto que nos deixemos engordar que nem umas lontrinhas – até porque põe em sérios riscos a nossa saúde -, mas apenas que temos de saber estabelecer os limites da boa convivência. Connosco e com os outros.

E, meninas, não passem a vida a encher os ouvidos do vosso mais-que-tudo com as tretas dos 5 kg e que as calças não vos servem. Eles não repararam, estão entretidos com as curvaturas de não sei o quê... mas vão passar a reparar se não se calarem com o raio da conversa!

As Férias e as Relações

Avatar do autor TNT, 26.08.09

O Verão é tramado para as relações. É muito calor, muita pele exposta, muita música que se dá e que se recebe. E, por vezes, é mais difícil resistir às tentações.

Os mais precavidos tendem a terminar as relações de longa data antes da Silly Season, não vá o diabo tecê-las. Mas ainda há os crédulos que se arrastam pelos areais da nossa costa julgando que vão conseguir esgueirar-se e talvez a onda de calor não os apanhe. E pimba! Em pleno Agosto lá vem ela lançada e apanha-os quando pensavam que já estavam livres da hecatombe.

Há pouco tempo soube de uma relação que foi crescendo no trabalho em directa proporção da roupa que se vai sumindo. Decresce o tamanho da roupa, crescem outras coisas. O rapazote, que por acaso até tinha uma relação oficial e duradoura não resistiu. Também a marcação era cerrada. Acreditem… eu estava lá e vi!

Como fugir a este flagelo? Não se foge! Emigra-se para a Suécia? Nah… mesmo com frio há muita gaja boa!

Há também a outra face da moeda. Aqueles que passam o resto do ano a prevaricar e no Verão passam a respeitáveis chefes de família… sejam ou não do Glorioso! Têm de o ser, quer queiram quer não, e depois também acabam por se habituar. Assim como assim, é apenas um mês por ano e mais uns diazitos ali pelo Natal. Nada que um gajo não aguente!

O que quero dizer é que as pessoas tendem a transformar-se no Verão. São outros e outras que aparecem por ali. Elas desinibem-se, eles entram em frenzy. Anda tudo doido, é muita caipirinha, muita sangria e muita festa no Sasha. Muito bronze, muita camisa estrategicamente aberta, muito top e sandalucha.

Se já é difícil acreditar em relações, imaginem uma que começa no Verão?
Como é que é aquele ditado popular?
“Amores de Verão enterram-se na areia” ou algo assim…

Se perderam a vossa relação em época estival esperem por Setembro para retomar a vida amorosa. Se arranjaram uma relação no Verão esperem pelo Outono e depois venham cá explicar-se. Se a vossa relação ganhou um novo fulgor durante as férias, não se macem nem se entusiasmem. Isso acaba depressa e o urso que costumam ter lá em casa, vai voltar ao seu melhor. Hibernar para a vida…