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O Interno Feminino

Divagações e reflexões do mundo no feminino. Não recomendado a menores de idade ou a pessoas susceptíveis.

Compras de Natal

Avatar do autor TNT, 26.12.11

O Natal é cada vez mais uma fonte de stress. As compras que se têm de fazer, os centros comerciais à pinha, o calor que não se aguenta no interior das lojas. E os gajos… Os gajos que andam por ali porque são obrigados pelas respectivas. Com um ar de sofrimento e de seca desgraçados e elas a perguntarem-lhes a opinião “O que achas deste cor de champagne para a minha irmã?” enquanto manuseiam um soutien entre os expositores de lingerie.

Eles, coitados, sem saber o que dizer, lá esboçam um ‘hum-hum’, enquanto uma gota de suor lhes escorre pela têmpora.

Minhas meninas e senhoras, os homens não sabem movimentar-se em lojas cheias de gente. Desconhecem por completo os códigos de desenvoltura por entre os charriots. Ficam firmes e hirtos nas áreas de lingerie – e não é no sentido desejado – num misto de excitação, vergonha e vontade de fugir.

Uma vez que os obrigaram a ir às compras de Natal para vos fazerem companhia, por favor, tenham pena das criaturas – e, já agora, das outras mulheres que andam nas compras – e liguem-lhes só na hora de carregar com os sacos quando forem fazer as trocas típicas desta quadra.

Vamos ajudar a criar um mundo melhor e livre de homens nas lojas!

Juntos... sempre?

Avatar do autor TNT, 21.04.11

Noutro dia, numa conversa ao jantar, um dos convivas perguntava por um tipo que já não via há uma data de tempo.

- Então o Francisco, o que é feito dele? Ainda está casado com a Isabel?
- Bom, desde que ele não passe cinco horas por dia na net. Já sabes que ela desatina… quase lhe pôs as malas à porta.

As relações têm destes desencontros. Principalmente, quando não se espera certos comportamentos por parte do outro.

Há uns largos anos, lembro-me que tinha saído uma nova expansão do meu jogo de eleição. E toda a gente sabe que enquanto não se acaba uma campanha, não se descansa. Vai daí, sou menina para ter ficado agarrada àquilo umas boas 16 horas diárias durante uns três, quatro dias.

Acontece! A verdade é que nem todos os dias saem novas expansões do nosso jogo preferido. E a coisa tem de ser saboreada até ao tutano, não vá o mundo acabar entretanto. Bem sei que, para certas pessoas, estas coisas dos jogos são incompreensíveis. Mas, porra! O gajo até me tinha conhecido por causa dos jogos. Ele próprio jogava imenso. Sabia que eu jogava. O moço não foi ao engano.

Lamúria para aqui, lamúria para ali e ‘não me ligas nenhuma’ e ‘anda lá’ e eu ‘já vou’. Mas não ia. Quando estamos no auge do jogo, não se dá pelo tempo. Ele passa, eu sei. Quem está de fora sente o tempo vagaroso e pesado. Mas eu só queria era ganhar mais xp para conseguir fazer aquele feitiço e conquistar o último reduto do inimigo. Cenas!

O que me irritava solenemente eram aqueles amuos impossíveis de mastigar, quanto mais de engolir, durante uma semana ou mais. O menino sabia ao que ia. Não foi como os eleitores do Nobre.

Lá por as pessoas estarem juntas não quer dizer que estejam sempre juntas. Que diabo, não somos nenhuns testículos. Esses é que têm de andar sempre juntos, quer queiram, quer não!

O 'casa-separa' no Facebook

Avatar do autor TNT, 15.11.10

Esta coisa do Facebook tem muito que se lhe diga no que respeita às relações. Se esta rede social já juntou muito boa gente que andava por aí à nora sem conhecer o rasto dos amores de adolescência, também é a melhor forma de saber quantos se andam a separar.

Por razões que não vêm agora para o caso, eu passo cerca de 11 a 12 horas diárias no Facebook. Ora a quantidade de pessoas que me obrigaram a saber que se andaram a chatear com os respectivos é demasiada para a minha sanidade mental. Fiquei até a saber que houve um casal que se separou e depois percebi que ele estava com outra pessoa que entretanto tinha encontrado no Facebook. É só seguir os passinhos. É um lavar de roupa suja que não se aguenta.

Manuel is no longer in a relationship. Pronto! Está o caos instalado “Então o Manel já não anda com a Lídia? O que terá acontecido?” E monta-se o circo com tenda, palhaços e trapezistas, sem esquecermos o urso que é a estrela da companhia.

Num episódio da série “A Teoria do Big Bang” Leonard teve um caso com uma rapariga. A coisa torna-se séria, mesmo com o desconhecimento dele, quando ela decide publicar no seu mural que tem um relação com ele. É oficial! Se está no Facebook é porque é mesmo assim. Isto passa-se numa série, mas quantos exemplos não conhecemos nós de pessoas que insistem em expor as suas conquistas nas redes sociais? O pior é que, passadas duas semanas, lá vemos nós a comunicação que a relação já acabou. E andamos todos a saber que alguém teve um arrufo.

Os amigos mais chegados não vão andar a perguntar até porque, em princípio, já sabem. Mas, e o resto dos 364 amigos, que de amigos têm muito pouco? Lá porque nos ‘amigámos’ daquele tipo que conhecemos há dois anos no casamento da prima Eduarda, não quer dizer que queiramos que ele saiba que andamos numa roda-viva de junta-separa-junta-separa.

Será que esta necessidade de gritarmos ao mundo que estamos com alguém é assim tão imperativa? E, acima de tudo, será que o mundo quer mesmo saber? Se calhar, vai na volta, quem sabe, esse não será o assunto mais importante que temos para partilhar.

A não ser naqueles casos muito especiais em que se tem mesmo de esfregar a relação nas trombas de alguém. Mas se tiver mesmo que ser, pode optar-se por um telegrama, um mail, um sms, uma coisinha assim mais privada para não se andar a fazer figuras tristes.

Lembras-te do que fizeste no Verão passado?

Avatar do autor TNT, 31.05.10

Noutro dia encontrei um amigo muito católico, apostólico e quem sabe até romano. Já não o via há cerca de dez anos e ah e tal como é que vai a vida? Que tinha casado e tinha uma prole considerável (lá está a veia católica). Olha que bom para ti! Entretanto, chega a mulher dele que eu conhecia doutros carnavais menos próprios e fiquei um pouco surpreendida por ele ter casado com ela.

Resumidamente, ela fazia parte de um grupinho que eu conhecia bem onde o amor era mesmo livre e à vontadinha, a nudez prática comum e a frequência das orgias era algo como uma dieta de Verão: comer várias vezes ao dia.

Ela arregalou-me os olhos e eu percebi claramente que ele não estava nem aí. Não sabia do passado dela, nem lhe passava pela cabeça. Fiz de conta que não a conhecia de lado nenhum e siga para bingo.

Mas foi assim que comecei a pensar que isto de conhecermos o passado mais ou menos obscuro dos nossos mais-que-tudo pode dar-nos chatices que não nos interessa nada. Não traz nada de bom. Esta coisa da honestidade é muito bonita (para alguns), mas também o é se forem honestos desde o dia que se conheceram ou que decidiram ficar juntos.

Já viram as dores de cabeça que se poupam se não soubermos que o tipo com quem estamos já foi encornado 30 vezes? Se soubermos disso logo de início começamos logo a pensar nas suas incompetências e se calhar nem gozamos a coisa na sua plenitude (se houver plenitude).

Ter informação é bom, ter demasiada informação é para os serviços secretos. O comum dos mortais não sabe lidar com isso, nem deveria saber.

O luto das relações

Avatar do autor TNT, 06.10.09

Creio que este é um assunto que nos toca a todos. Que já tocou ou que ainda nos vai tocar. O luto da relação.

Quando uma relação morre deve fazer-se um luto não inferior a dois anos. Dois anos sem se saber daquela pessoa, sem se contactar com os amigos ou família daquela pessoa, sem se ir aos locais que a pessoa frequentava. Se assim não for, o peso da morte, do falhanço e do sofrimento estará sempre a ser renovado e novos pesos se acumulam.

Por vezes, a coisa torna-se difícil. Ou porque nos apegamos muito à envolvente dos defuntos, ou porque os defuntos até são figuras públicas, ou até por ser o vizinho do lado e dificilmente conseguimos evitar ouvir o corrupio de gajedo a entrar e sair do 3º esquerdo.

Há uns bons anos atrás morreu uma relação que tive com uma figura pública. Temos de convir que não é fácil esquecer alguém se ligamos a tv e está lá, folheamos uma revista ou jornal e está lá, se ligamos o rádio e pimba... lá está! Não tive outra hipótese senão emigrar. A figura era pública, mas não era o Obama por isso não corria o risco de ser conhecido em terras do Tio Sam. Muitos dirão que foi uma medida radical ou exagerada... Olhando para trás – e realmente já lá vão muitos anos – continuo a achar que foi o melhor que fiz.

Se os defuntos são vizinhos do lado, mudem de casa! Se gostam dos amigos deles, azarito, arranjem outros mais divertidos e que acima de tudo não conheçam a personagem de lado nenhum. Locais para sair? Há muitos, aos montes, embora não pareça.

O pior é quando nós conseguimos fazer estas mudanças radicais de vida e o outro lado insiste em ligar aos nossos amigos, familiares, fazerem-se ‘amigos’ nas redes sociais, insistir em ir aos sítios que já eram nossos. A coisa fica mais difícil, mas não impossível. A treta é que temos de trabalhar a dobrar, já que os inúteis não cumprem a sua parte. Mas quantas vezes não fazemos isto no nosso emprego? E nem ganhamos mais por causa disso! Aqui só temos a ganhar. Paz de espírito, acima de tudo...

A morte de uma relação é a morte de um bocado da nossa vida. Tem de ser devidamente enterrada para que quando se pense nela se consiga fazê-lo com um sorriso e não com um esgar de amargura.
 

Os quilos do nosso descontentamento

Avatar do autor TNT, 02.09.09

Num episódio da Oprah constata-se que a beleza está nos olhos de quem a vê. A beleza é, por isso, completamente subjectiva dependendo de questões culturais ou de género. Fico a saber que na Mauritânia as mulheres mais belas são as mais gordinhas tipo leitão da Bairrada e se tiverem estrias ainda melhor! Já os homens, devem ser magros que nem pauzinhos de virar tripas.

Na nossa cultura ocidental, o cânone de beleza feminino é ser-se magra, elegante, com pernas até ao pescoço e preferencialmente com uns ‘enoooormes seios’ como dizia o Markl. ‘Bora para a Mauritânia?

Após exaustiva pesquisa – como de resto é nosso apanágio e aproveito para agradecer mais uma vez aos nossos preciosos e indispensáveis consultores masculinos – fico a saber que os homens, de uma forma geral, estão-se literalmente nas tintas para aqueles 5 kg que temos a mais e que, pelos vistos, só nós é que damos por eles.

Aparentemente, os homens focam-se nuns quantos pormenores – que ignoramos por completo, e eu cá confesso-me uma anémona nestes assuntos – como a curvatura do pé quando estamos de saltos altos, na curva lateral desde a axila à cintura – vejam só ao que chega! – o cair das calças de seda ou cetim (já não me lembro bem) por cima do pé, a curva da nuca/pescoço – eles até vão à cervical, imagine-se! – e outros detalhes que tais que, honestamente, ignorava por completo. Isto já para não falar daqueles que são tarados pelo cheiro do cabelo, por pés e rabos-de-cavalo... E eu que pensava que eles só queriam rabos, mamas e pernas esguias!

Mas afinal o que é que se passa na cabeça dos homens, pá? Isto é mesmo assim?

Claro que para nos sentirmos bem gostamos de ter o peso ideal ou muito aproximado. E, já agora, se não for pedir muito, prezamos a ausência de celulite e de estrias. Gastamos pipas de massa em cremes adelgaçantes que são uma treta completa. Passamos fome até à imoralidade. Fazemos dietas de sopas, toranjas, queijo fresco e alface. Passamos tempos de infelicidade para sermos felizes quando nos vemos ao espelho ou quando conseguimos enfiar-nos naquelas calças fantásticas de cabedal dos anos 80.

Mas afinal o que é que se passa na cabeça das mulheres? Tem de ser mesmo assim?

Pois é... algumas de nós já não têm 20 anos. Não podemos passar a vida a suspirar pela firmeza e formas de outros tempos. Temos de nos sentir bem connosco próprias e tentar não cair em exageros que, muitas vezes, só se passam na nossa cabeça. Não digo com isto que nos deixemos engordar que nem umas lontrinhas – até porque põe em sérios riscos a nossa saúde -, mas apenas que temos de saber estabelecer os limites da boa convivência. Connosco e com os outros.

E, meninas, não passem a vida a encher os ouvidos do vosso mais-que-tudo com as tretas dos 5 kg e que as calças não vos servem. Eles não repararam, estão entretidos com as curvaturas de não sei o quê... mas vão passar a reparar se não se calarem com o raio da conversa!

Frames, Pixels e Vinganças

Avatar do autor TNT, 16.06.09

Como já falei aqui noutras circunstâncias, a tecnologia é amiga. A tecnologia é amiga das relações, pode apimentar alguns momentos, torná-los inesquecíveis e passíveis de visionamento posterior para prazeres futuros e repetíveis. Porém, como em tudo, existe sempre o dark side da coisa. E está sempre ali à espreita… quando menos esperamos.

As pessoas revelam-se nos piores momentos. Não é quando estão in love que nos vão dizer “ah e tal, quando acabarmos vou-te fazer a vida negra e lixar-te com F grande”. Não são raras as vezes que sofremos vinganças de cariz variado, dependendo da imaginação de cada um. E se existem fotografias, filmes e afins, as vinganças tornam-se mais fáceis e eficazes. Podem destruir famílias, carreiras, auto-estimas e por aí fora…

Que a tecnologia e captação diversa de imagens seja um turn on para muito gente, nem sequer discuto. Manter essas imagens em arquivo é que já me parece francamente estúpido. Não se consegue prever se nos vão roubar o telemóvel ou se o deixamos no táxi. Acontece às melhores famílias. Mas nestes casos, o único prejuízo deve ser o do aparelhómetro propriamente dito e não o de uma vida inteira. Ou será agradável os nossos familiares ou colegas de trabalho receberem um mail com fotos altamente reveladoras tiradas num momento incauto de paixão, excitação ou outras coisas terminadas em ão? Para os familiares não será com certeza! Para os colegas de trabalho pode dar origem a várias horas de risota e parvoíce. E são coisas que nunca desaparecem.

Meninos e, principalmente, meninas: querem apimentar as noites loucas? Apimentem! Querem ter paz depois disso? Apaguem as imagens logo depois do cigarrinho pós-coito!

Nestas coisas é melhor antecipar os cenários negros. Porque a entrega ao dark side tem piada, mas é no Star Wars!
 

A verborreia precoce

Avatar do autor TNT, 14.05.09

Parece doença venérea, mas não. É igualmente prejudicial, senão mais. Pode dar cabo da vida das pessoas, das relações e das almas.

Numa situação de crise, A pressiona B para escolher um caminho. Ficar na relação com convicção ou desaparecer com a mesma convicção. B pensa e diz que já tomou uma decisão e que quer comunicá-la. Encontram-se e A começa logo por dizer “Olha, estive a pensar e é melhor seguirmos cada um o seu caminho…” receando a resposta de B que, eventualmente, poderia ser diferente.

As precipitações nem sempre correm bem. E raramente nos ficam bem.

Conhecia um tipo que, ao telefone, se precipitava e insistia em acabar as frases e os pensamentos do interlocutor, como se fosse sempre dono da verdade. Quando se lhe dizia “Olha, vamos jantar a…?” ele, sem deixar acabar a frase, dizia logo “Mas vamos jantar onde? Em casa ou fora? Vai mais alguém? E a que horas? Não sei a que horas me despacho! Achas que podemos combinar lá prás 22h00?”. Eh pá, tem lá calma contigo! Uma canseira! Lá se ia a vontade de jantar ou fosse o que fosse. Apetece logo desligar-lhe o telefone e responder asperamente por sms, só para não se ouvir tanta alarvidade… Aliás, essa “relação” acabou por acabar por causa de tanta sobreposição. Houve uma conclusão precipitadamente tirada sobre um assunto mais sério e a coisa morreu logo ali.

Bem sei que todos nós – uns mais que outros - nos achamos donos da verdade e da razão. Mas também acho que não nos fica nada mal ouvirmos o que o outro tem para dizer. Quem sabe, às vezes, até podem surpreender-nos com rasgos de clarividência e razão...
 

TNT