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O Interno Feminino

Divagações e reflexões do mundo no feminino. Não recomendado a menores de idade ou a pessoas susceptíveis.

Amigos, amigos... trolaró à parte?

Avatar do autor TNT, 04.02.09

Em conversa com um amigo fico a saber que ele não acredita em relações de amizade entre homens e mulheres, a não ser que um deles seja gay. Principalmente - e como agravante - se a mulher for bonita e interessante.

Como eu e a minha sócia temos vários amigos homens – preciosos consultores dos nossos posts – achei a declaração algo falsa. Ou estarei enganada? Será que, em circunstâncias específicas as pessoas acabam por se enrolar se houver oportunidade para isso?

Julgo que há situações em que o meu amigo está coberto de razão. Desgostos e fragilidades: é limpinho! Se há um amigo do sexo oposto que se dispõe a consolar-nos, muito dificilmente resistimos. A vida apresenta-se difícil e, de repente, vemos ali alguém disposto a consolar-nos e em plena solidariedade com a nossa dor. Claro que isto é válido para pessoas normais, com desejos normais e vidas normais. Não falo de beatas, mãezinhas profissionais, nem de gente chata de uma forma geral.

Tenho vários amigos homens com quem nunca pensei enrolar-me... Mas, e eles? Será que, alguma vez, lhes passou pela cabeça?

Não me considero a pessoa mais ingénua do mundo, mas confesso que já fui apanhada na curva umas quantas vezes na vida. E, realmente, como reza o ditado, fui a última a saber. Lembro-me de ter ficado incrédula, de boca aberta tipo peixinho dourado. Passei depois para o modo ofendida e defraudada. E depois... nada! Fiz de conta que nada se tinha passado e amigos como dantes.

Porém, fica sempre aquela pulguinha incomodativa atrás da orelha. Será que...?
Por isso, elucidem-me: será realmente possível uma relação de amizade entre homens e mulheres sem intenções de meter os garfos, assim que a situação o permitir?

 

TNT

As saídas mais fáceis... e as outras

Avatar do autor TNT, 27.11.08

Há uns tempos, em conversa com o marido de uma amiga minha, comento-lhe que ela me parecia estranha e muito agressiva. Se ela estaria com algum problema que eu desconhecesse e se poderia ajudar...

E ele responde-me prontamente: “Eh pá, isto assim não pode ser. Vou pedir o divórcio. Já não aguento mais. São discussões todos os dias. Ainda sou novo, ainda posso ser feliz. E estou aqui a perder tempo com ela. Tempo esse, em que podia ser feliz ou, pelo menos, não ser infeliz...”

Eu fiquei de queixo caído, porque não estava nada à espera desta resposta.

De qualquer modo, respondi-lhe... “Tem paciência, ela deve estar a passar uma fase má, a vida às vezes não corre como queremos e não podemos pôr tudo em causa só por estarmos a passar um período menos bom, etc., etc. Vocês gostam um do outro e tudo se há-de compor...” Propus-me então a falar com ela, no sentido de lhe acalmar a tal agressividade, sem nunca referir que tinha falado com o marido, nem o perigo que o seu casamento estava a correr - e que ela nem sequer imaginava. Lá identificou (com algum custo) os erros que estava a praticar, acalmou e, aparentemente, a coisa compôs-se e bem!

O nosso papel de amigos é tentar que as pessoas de que gostamos e que se gostam, sejam felizes. Porém, de vez em quando, deparo-me com comentários do género... “Pois, realmente tens razão, vê lá. Se achas que isso é o melhor a fazer, então nesse caso acaba sem mais delongas para não criares falsas expectativas, etc. Às vezes, gostar não é suficiente, e tal...” Este é o tipo de conselho que não dá trabalho nenhum, não demonstra qualquer preocupação pelos sentimentos dos envolvidos, e pode precipitar decisões numa altura em que as pessoas se encontram confusas e com pouca capacidade de discernir.

Todos sabemos que passamos fases menos boas. Que direito temos nós de incentivar as pessoas que, com dúvidas, procuram a saída mais fácil? Todos sabemos que manter uma relação implica esforço e empenho, sacrifícios e parceria. Não podemos presumir que se a pessoa que vem falar connosco, afirmando que gosta da outra, mas que está farta disto ou daquilo, é porque não a quer mais. Nem sempre é! Às vezes (a grande maioria das vezes), apenas precisa de um ombro amigo para lhe dizer que é apenas uma fase, que existe amor, embora esteja temporariamente camuflado por problemas exteriores. Por vezes, basta isto.

Se alguém está com dúvidas, não lhes devemos apontar o caminho mais fácil. Devemos apontar o caminho melhor. E o caminho melhor, como todos nós sabemos, nem sempre é o mais fácil...

Mas isto, meus caros, há amigos e amigos. E no meio da confusão em que nos encontramos, ainda temos sempre de nos certificar se os interesses dos amigos são superiores ao interesse que têm pela nossa felicidade.

 

TNT
 

Quem quer ser a má da fita?

Avatar do autor tsetse, 25.06.08

Já viram o último spot publicitário da Compal Light? Onde uma mulher diz a outra que ela está magra, óptima e adorável, mas na realidade pensa que ela é uma cabra?

Gostava de saber o que passou pela cabeça dos génios criativos que escreveram o plot. Terá sido "e que tal agora fazer um anúncio para que as mulheres se possam identificar, por exemplo, com uma falsa, cínica e má amiga"?

Eu não sei o que todas as mulheres pensam, mas posso garantir que eu e as minhas amigas mais próximas não andamos para aí a chamar "cabra" às outras pelas costas (ou em pensamento), só porque elas estão bonitas ou bem na vida. Pelo contrário, ficamos contentes e orgulhosas por elas. Só pensamos "aquela é uma cabra" quando a outra realmente o merece: quando, por exemplo, faz algo grave como mentir para obter informações que não teria de outra forma ou tentar prejudicar-nos profissionalmente.

No entanto, é usual ouvir homens contar histórias de mulheres que eles garantem ser como as do spot. Terão eles as mesmas amigas manhosas dos publicitários da Compal?

 

Tsetse