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O Interno Feminino

Divagações e reflexões do mundo no feminino. Não recomendado a menores de idade ou a pessoas susceptíveis.

Homens Made in Taiwan

Avatar do autor TNT, 05.11.07

Se a Primavera é época de acasalamento e o Verão de declínio – dada a desmesurada oferta! – assumo que o Outono seja a de game over... Não só pela evolução natural das coisas, mas acima de tudo, pelas histórias que me têm vindo a contar e algumas outras que tenho presenciado. E desculpem que vos diga, por parecer demasiado tendenciosa, mas a verdade é que todas as histórias têm um elo comum: homens made in taiwan...

E perguntarão vocês, o que são homens made in taiwan?

São homens que não prestam para nada, que são de durabilidade e consistência a prazo, e têm a etiqueta tão escondida, minúscula até, que só passados uns tempos é que se consegue perceber a bela aquisição.

São cheios de bom aspecto mas depois é tudo de plástico. Muito bem intencionados mas depois o reservatório fica vazio num instante. Não há peças de substituição porque é tudo tão rasca que como se sabe, o melhor é sempre adquirir outro. Até as pilhas são made in taiwan, ou seja, não há recarregamento de energias.

E o que me entristece é que até os nossos amigos mais chegados, falham redondamente e ficamos completamente incapazes e impotentes de os defendermos, perante tamanhas alarvidades. Conseguem deitar fora relações aparentemente fantásticas por causa do par de pernas – fechadas ou abertas, não sei bem... – da recepcionista.

De facto, há coisas que não consigo perceber... como se pode trocar uma relação – aparentemente fantástica - por uma promessa velada? Alguém me pode elucidar? Só porque alguém se insinuou e fez alguns afagos no ego... Só um homem made in taiwan é que se mete numa destas e depois se fica pelos cantos a chorar! As mulheres hoje em dia põem-lhes as malas à porta ou fazem as delas. Eles que não esperem que as mulheres fiquem eternamente a achar que não merecem melhor!

Queremos homens made in EU! E não nos contentamos com imitações baratas, a não ser para uma aventurazeca de umas noites.

Pensem nisto e façam o upgrade se quiserem....

TNT

Cursos?... Só por um canudo!

Avatar do autor TNT, 29.08.07

Já falámos aqui algumas vezes das abébias que damos, de vez em quando, às criaturas masculinas e da sua tendência para abusar da nossa boa vontade.

Venho a saber de diversas histórias de homens que decidiram "mudar de vida" (vulgo mudar de mulher, de casa, de tudo...), após terem desenvolvido interesses vários, em diversos temas, e que por isso mesmo, lhes apeteceu subitamente fazer um curso.

É arrepiante a quantidade de gente que desenvolve interesses com o intuito de "tirar cursos" e que acaba por mudar de vida. Seja fotografia, arranjos de flores, culinária ou escrita, os cursos acabam sempre por ser complementados por interessantes companhias do sexo oposto (ou do mesmo sexo, no caso de serem gays), que por acaso, também foram fazer uns cursitos para ver se o tédio com o pessoal lá de casa, era atenuado.

Qual speed dating, qual hi5? Esta é a nova moda do engate! Simpática, bem intencionada, dissimulada q.b., aprendem-se umas coisas e o sexo é mais que garantido!

Tudo muito direitinho, limpinho, devidamente camuflado por interesses e pessoas alegadamente interessantes, cujo único interesse será alegadamente o de afogar algumas mágoas, entre outras coisas.

Da próxima vez que os vossos respectivos repentinamente mostrarem interesse em fazer um curso sobre determinado tema, das duas uma: ou a vossa relação está por um fio, ou se acham que não é o caso, mostrem-se disponíveis para tirar o curso também. Até podem levar uma seca sobre história de arte, mas asseguram a falta de seca na cama lá em casa...

O risco é giro, mas é nos desportos radicais...!

 

TNT

No creo en brujas, pero que las hay, las hay*

Avatar do autor TNT, 03.02.07

Noto o desespero das pessoas quando pensam em ficar sozinhas, quando imaginam perder a pessoa com quem vivem, ainda que sejam profundamente infelizes, maltratadas ou que o parceiro seja um estafermo. E não estou a falar em termos físicos...

As pessoas recorrem a tudo. Já se falou aqui em recorrer a detectives, agora preparo-me para falar de outros grandes salvadores das relações: os bruxos!

As páginas dos jornais estão pejadas de anúncios do Prof. Bumba e Bamba, da taróloga Mia e Maia, da vidente Salette ou da nossa saudosa Alcina Lameiras do “não negue à partida uma ciência que desconhece...” esse ícone da vidência mundial.

Mais uma vez refiro aqui o que considero importante e primordial: só devemos estar com quem nos quer e nos merece. Quem não nos quer e acima de tudo, não nos merece, para quê o esforço? Acham que com mézinhas e rezas da tanga, as coisas vão melhorar? Acham que vão gostar mais de nós, porque a nossa Alcina, disse que tínhamos de fazer não sei o quê na sétima onda duma qualquer praia da linha, numa noite de quarto crescente?

Vá lá... Sejamos realistas! Os bruxos prometem amor, saúde e dinheiro. A ser verdade, seríamos todos felizes, saudáveis e ricos. E a verdade não é bem esta, pois não?

Quando as relações “já não são como eram antes” há que fazer algum esforço dentro da própria relação, se acharmos que vale a pena mantê-la, claro! Se forem como eu, desprovidos de características como a paciência, pachorra e afins, acabam com as coisas num instante, após um breve período de reflexão e voltas por fora...

O ir à bruxa é que não está com nada. A não ser gastar dinheiro. Que pode ser investido em coisas muito mais divertidas que podem fortalecer a relação. Hotéis, motéis, cremes, uniformes, danças, strips, filmes, depilações, stilletos, lingerie, jantares, champagne... (se me dão corda passo aqui o resto do dia!)

Ora digam lá se isto não tem muito mais piada do que ir a uma consulta com uma bola de cristal?

TNT

*Perdoem-me o vernáculo em espanhol, mas de vez em quando a minha costela emigrante vem ao de cima...!

A Vergonha de Poirot

Avatar do autor TNT, 14.01.07

Estava a ver o meu mail pessoal quando o meu olhar foge para um anúncio: Detective XXXX especializado em infidelidades. Não resisti e fui lá dar uma voltinha. Afinal dá sempre jeito conhecer um especialista em infidelidade. É um assunto que me interessa especialmente. (vidé post Fidelidade e Bons Princípios...)

Verifico com alguma tristeza e preocupação que este site tem mil e uma instruções para os loucos e loucas que possam ainda não ter tido ideias brilhantes para fiscalizar os seus cônjuges.

O tom de pseudo seriedade na apresentação do site é chocante, a moralidade saloia das berças, as observações boçais acerca das relações, bem como, a referência de ser o único detective com escritório de porta aberta ao público (???) e que há muito charlatão neste negócio e tal, e que é preciso estar alerta e denunciá-los, a esses malandros, tudo sob a capa de protecção das pobres almas inquietas que procuram este tipo de serviços.

Ensina a vigiar, vasculhar, controlar, interrogar, observar e armadilhar as pessoas que connosco vivem e com as quais decidimos um dia partilhar a vida...

Uma vez que existe este tipo de negócio e aparentemente com tanto sucesso, referindo e mostrando diversas entrevistas para vários orgãos de comunicação social, leva-me a acreditar que existe um mercado crescente para a coscuvilhice e humilhação. Quem será mais humilhado? O vigiado ou quem manda vigiar? O prevaricador ou o perseguidor?

Eu cá, pelo meu lado, vou ficar muito mais atenta a um qualquer tipo com ar de turista, de máquina fotográfica em riste, porque nunca se sabe se não é um fiel funcionário deste escritório tão sério, que fornece serviços tão necessários, quiçá indispensáveis à felicidade dos seus utentes.

Há que evitar, portanto, monumentos, praias, qualquer local ribeirinho ou marginal, hotéis, bairros típicos, etc... Fiquemos em casa, quietinhos, direitinhos, a ver as novelas e o futebol, que assim não corremos riscos de sermos vigiados e acima de tudo, evitaremos a todo o custo, o que mais incomoda esta gente, ou seja, evoluirmos como seres pensantes.

Dantes vivíamos num país de Fado, Futebol e Fátima. Hoje vivemos num país de Carolinas e Pintinhos, Elsas e afins. Com todas as vergonhas, ignorâncias e achincalhamentos a que temos direito.

Que belo degrau na escala da evolução!

TNT

P.S. Não pretendo dar protagonismo a esta criatura e por isso não lhe divulgo o url. Quem quiser saber mais, utilize o gmail e é um dos sponsored links ou procure num qualquer motor de busca por detectives especializados em infidelidades...

Vanity Fair ou o Circo Matrimonial

Avatar do autor TNT, 11.12.06

Vivi uns tempos em Madrid o que me deu uma visão das aparências muito peculiar. Elas penteiam-se de forma fantástica, perfumam-se, vestem-se super bem, arranjam-se maravilhosamente... Parece tudo bom até agora. Mas não referi um pequeno pormenor: banhinho que é bom, não tomam!

As gajas madrilenas fazem-me lembrar os casamentos portugueses. Em que tudo vive de aparências. Em que tudo parece bonito. Mas se começarmos a raspar a superfície e a levantar aquela película tão ténue da aparência só se vêem rolos de cotão acumulados ao longo dos anos. E estou a ser simpática referindo só o cotão.

Anda toda a gente a enganar-se. A disfarçar. A endrominar. Tenho tido acesso directo e indirecto a histórias macabras que fariam corar Poe.

A mentira, a falta de respeito pela privacidade, a espionagem, a vida dupla e a procura de emoções fortes fora do casamento, instalaram-se nas casas portuguesas. E estão de tal maneira instituídas que já ninguém estranha... “Ah e tal... fui ver o mail dele e tava lá uma mensagem de uma...” ou “Recebeu uma chamada no telemóvel e foi atender para a cozinha. Claro que a seguir fui ver ao registo de chamadas quem estava a ligar...” ou “Fiz-me passar por ele no messenger... elas caem que nem umas patinhas...” E isto já faz parte do dia-a-dia e é tão banal como almoçar ou jantar.

Mas que raio de casamentos são estes? Que raio de relações são estas? São estes valores que querem passar à geração seguinte?

Que eles são uns doidivanas já nós sabemos! Que precisam de afirmar a sua sexualidade diariamente, também sabemos. Agora que nós entremos no jogo das mulheres traídas, mal amadas e reactivas, põe-me muito triste... É que nesta semana foram três histórias diferentes de operações de cosmética matrimonial a que tive de assistir/ouvir.

Não há maquilhagem ou laca que resista a tanta tanga! Estão a ver porque não me caso? Era incapaz de fazer parte deste número de circo. Nem mesmo com o Natal à porta...

TNT

Pode uma relação sobreviver a uma traição?

Avatar do autor convidado, 23.11.06

Vamos supor a seguinte situação, que por acaso (e só por acaso) não é verdadeira: imaginemos que eu fui traída, terminei a relação, mas agora e dado o arrependimento sincero do meu companheiro, decidi voltar. Faço as malas, coloco a toilette mais sexy que encontrar, e lá vou eu.
Chego, dou uns amassos no moçoilo, vivo uma segunda lua de mel, até que estou assim sem nada para fazer e me ponho a pensar: Ora bem, agora que estou de novo nesta relação, com o mesmo tipo que não pensou duas vezes antes me trair, como vai ser? Conseguirei realmente confiar nele? Se o palerma me traiu uma vez, não será porque ele acha que essa é uma alternativa possível? Não estará na base dos seus princípios morais? Será que, da próxima vez que ele estiver a apanhar seca e com crises emocionais, não achará normal encontrar uma alternativa divertida?
Outra questão: será que poderei respeitá-lo para todo o sempre? É que não abona nada a seu favor, ter traído uma pessoa como eu!
Depois, já me estou a imaginar num momento difícil, a dizer coisas como:
"Ai não queres que eu vá jantar com o meu amigo? E então porquê? Achas que sou da tua laia e que te vou trair só porque sim?" ou... "Oh meu menino! É melhor ser viciada em compras do que andar por aí, a trair a confiança de quem gosta de mim". Coisas desagradáveis, com certeza, mas que nos saem nos momentos de maior irritação.

Por isso, a minha questão é: será possível construir uma relação saudável, com respeito e igualdade, depois do perdão? Parece-me difícil. Porque perdoar não é esquecer.

É por estas e por outras, que a maior parte das pessoas opta por mentir. Negar tudo até ao fim. E, sinceramente, não me parece nada má escolha.

Bee

Amantes: O Melhor que Há!

Avatar do autor TNT, 19.10.06

Numa revista de actualidade semanal, leio um artigo sobre “Amantes – Mulheres que não se importam de ser a outra”.

Oh meus amigos... é evidente que não se importam! Têm o melhor dos dois mundos. Têm sexo fabuloso, um homem divertido, adrenalina e nada de problemas, contas para pagar ou filhos para criar.

É do melhor que há! E aquele conceito à antiga então?... O estar por conta, o ter casa montada, no fundo, o ser amantizada!

Ser amante é ter um homem disponível quando temos vontade, sem estar a levar com as peúgas espalhadas pela casa, sem os putos aos berros, sem as chatices domésticas do dia-a-dia.

Para as amantes, os homens estão sempre bem-dispostos, prontos para o que devem, generosos, divertidos e acima de tudo, deixam as maçadas à porta do hotel.

Acham o máximo termos fantasias, vestirmos umas coisas giras, experimentarmos utensílios vários, etc. Enquanto que os oficiais (na sua grande maioria) já se sabe o que é que a casa gasta...

Esta coisa do ilegal, imoral, clandestino, rebelde, é muito mais atraente e sexy que o papel passado, temos de convir!

Vamos ser amantes! Com tudo a que temos direito!

TNT

Fidelidade e Bons Princípios...

Avatar do autor TNT, 01.05.06

Quando andava na faculdade, lembro-me de ter devorado um livro muito em voga na altura “Manual de Civilidade para Meninas”...  

Se puderem não percam. É uma bíblia para o comportamento de qualquer moçoila que se preze. Regras elementares para nos movimentarmos em sociedade, quais debutantes!

Já nessa altura tinha algumas dificuldades em lidar com o conceito “fidelidade”. É uma coisa assim um bocado canina, não vos parece? Embora goste muito de cães, nunca tive aquele grau canino de fidelidade cega, incondicional e sem limites. E se nunca tive, também não deve ser agora que me vai crescer. 

Para ser completamente honesta, eu não sou de confiança. Não sou de fiar, pronto! Mas tenho os bons princípios de anunciar que não sou de confiança. Depois fica um bocado ao critério dos rapazinhos, sabendo de antemão o que os espera.

É que sempre tive muita dificuldade em ser fiel às minhas relações amorosas. Talvez tivesse conseguido com o meu primeiríssimo namorado, daqueles de mão dada quando tinha 12 anos. A partir daí foi o descalabro. 

A fidelidade é mesmo uma seca ou sou só eu que penso assim? Sejamos sinceras...  

Para sermos infiéis, basta o palhaço do tipo que está connosco, falhar naquelas pequenas coisas que consideramos essenciais. Começamos logo a vê-lo doutra forma e aos outros também. E à medida que ele fica mais enjoativo, os outros vão ficando mais apetecíveis. Como a comida... “Ah, e tal... Comi tanto chocolate branco que enjoei. Agora estou mesmo numa de chocolate amargo, daquele para culinária. É mesmo o que me anda a apetecer...” 

E como sabemos todas tão bem, eles falham a torto e a direito. O que provoca logo uma imensa vontade de assaltar a despensa. E procurar chocolate amargo para confeccionarmos uma sobremesa diferente. Mas meninas... não esquecer, como diz o manual: muita discrição, negar tudo até ao fim e sempre de banhinho tomado a cheirarmos bem, muito decentes e penteadas.

É possível. É legítimo. Não dói nada. E quando as coisas acabam, dá sempre um prazer acrescido. Acreditem...

Dizem que sou multitasking. Se calhar também sou multiflirting, multidating, multifucking...

TNT