As relações à distância (e em especial as que já começaram à distância) têm uma série de características em comum:
1. O casalito, nos raros momentos em que se vê, está bastante determinado em mostrar o melhor que há em si e em fazer coisas animadas, para aproveitar os poucos momentos juntos. Ou seja, nem sempre mostra o que realmente é, e até a pessoa mais sem graça, pode parecer ter a sua piada.
2. Quando o casalito está longe, tem o conforto de ter alguém que o acha o "meu mais do que tudo", com a conveniência de estar mais ou menos solteiro, ao mesmo tempo. O que é uma grande vantagem para as pessoas que gostam do seu espaço, mas que são, em simultâneo, carentes.
3. A partir de um certo tempo nesta situação, começa a crescer um certo desconforto. Uns começam a querer viver na mesma cidade, pois acreditam que o comportamento que a cara-metade mostra nos finais-de-semana (ou nas férias) vai se manter no dia a dia, os outros começam a sentir a corda na garganta e passam a questionar "mas é mesmo com esta pessoa que eu quero partilhar a casa?", ou "mas será que eu gosto o suficiente dele ou dela?".
4. Mesmo que ambos estejam de acordo e tentem viver na mesma terra, a desilusão está quase sempre presente. Porque raramente a pessoa consegue manter, no dia-a-dia, a boa disposição das férias.
Pois é, é uma situação muito complicada. E já vi várias a acabar mal. (Depois não digam que eu não avisei...)
Sou um bocadinho inconstante, como os caros leitores já devem ter percebido. Como qualquer mulher que se preze, tenho oscilações de humor, de vontades e de disposição. Vou no entanto desvendar um segredo: estas oscilações ocorrem de acordo com estímulos exteriores.
Quando eles nos perguntam: “O que é que tens?” e nós respondemos “Nada...” queremos realmente dizer, “...Ó meu ganda palhaço, não sabes o que fizeste? Ficaste de ligar para irmos ao cinema e nem ligaste, nem justificaste, nem te lembras, nem coisa nenhuma... Palhaço!...” Isto é o que nada quer dizer.
No meu caso pessoal, quando sou bem tratada, lembrada, mimada, pela pessoa que me interessa, fico disponível, bem-disposta, pronta. Caso isso não aconteça, começo a achar que os outros meninos (vidé post Homens em Banho-Maria) ganham vida. Até porque esses, de uma forma ou outra dão sempre uma mãozinha aqui e ali.
Nós até queremos que “aquela” pessoa nos mime. Queremos... Para sermos umas meninas lindas e nos portarmos bem. Mas, grandes malandros, de vez em quando esquecem-se que nós existimos. No entanto o universo e a lei das compensações, acabam sempre por actuar. Quanto menos nos ligam de um lado, mais disponibilidade temos para nos mimarem de outro. E se repararem, isso acontece sempre!
Não podemos é andar a chorar pelos cantos armadas em desgraçadinhas e pobres abandonadas. Estamos sozinhas, é verdade, mas também estamos disponíveis! E aí, é vê-los tombar! Aparecem, telefonam, convidam e depois o único problema com que ficamos, é o da escolha!
Sou uma rapariga muito descontraída. Mas claro que tenho umas manias estranhas como toda a gente.
Em tempos vivi com um rapazinho durante uns anos. Eu modelo, ele músico. Um enjoo, portanto!... Mas o amor é lindo e o estereótipo era esquecido porque nos dávamos realmente muito bem e éramos muito divertidos juntos. A alma da festa! Havia porém um pormenor que causava espécie a toda a gente que nos rodeava. Nós tratávamo-nos por você.
Como nós éramos muito cool, as pessoas achavam aquilo tudo muito estranho e chegavam até a perguntar se nos momentos íntimos o tratamento se mantinha. Enfim...
Passados uns anos esta vossa querida ficou com a testa enfeitada. O tratamento por você terminou. A partir dali começámos a tratar-nos por tu como o resto dos mortais. E como o resto dos mortais, começámos a ter uma relação boring, previsível, boring, rotineira, boring... A falta de cerimónia foi dando lugar a uma “cúnfia”, que a meu ver degradou mais a relação, que o peso que eu senti na cabeça... (peso esse que foi devidamente retribuído, que eu sou uma rapariga que agradeço sempre em conformidade...)
Esta questão do tratamento por você é apenas um reflexo do respeito que se sente pela outra pessoa. E o respeito é fundamental. Tome a forma que tomar. Senão é o degredo total. A intimidade fortalece as relações. A “cúnfia” destrói-as.
As atenções são essenciais. Nunca se podem esquecer. Quando forem esquecidas é porque já não existe nada para lembrar.
Noutro dia, um amigo e leitor deste blog, comentou-me que existem “meninas com potencial” algumas tornam-se “grandes mulheres” mas só poucas atingem a classe de uma “grande senhora” (sic). Eu respondi-lhe prontamente: e é isso que os homens querem?
O que a vida me mostra é que os homens até podem ter fascínio por mulheres com classe, mas muito raramente ficam com elas... Ele justificava que a maioria dos homens se desculpa com o facto de não terem estado no local certo, na altura certa e de terem passado ao lado de uma grande carreira, etc...
Conheço homens absolutamente fascinantes que escolheram ficar com mulheres completamente insípidas, tontas ou demasiado vulgares que só podem ser levadas à tasca da esquina. E que passam a vida a lamentar-se que não são compreendidos, que a vida é injusta, que nem imaginamos o sofrimento, a solidão e parvoíces do género.
Os que ainda têm uma réstea de dignidade e capacidade mínima de raciocínio, saem dessa enquanto podem. Dos outros, temos pena. Azarito. Se não mudam a situação é porque não querem. Gostam de levar na corneta, de escandaleiras de mão na anca, gritaria e outras cenas lamentáveis dignas de actores secundários de peças mal encenadas em teatros amadores obscuros. Ou daquelas que estão sempre prontas a concordar com eles, que não têm opinião nem convicções, que moldam a sua personalidade à deles como se de uma relação quase parasita/hospedeiro se tratasse. Ou ainda das completamente vazias a roçar o vácuo, que não percebem nada, não querem perceber e que nem sequer conseguem ter raiva por quem percebe.
Mas o que leva homens inteligentes a juntarem-se a mulheres tão desinteressantes? Será insegurança? Medo da competição? Preferem ficar sempre com a sensação do que poderia ter sido, mas sem arriscar? Preferem o amor platónico? Ou como se diz dos jogadores de futebol, “teve medo de ser feliz”?
Que venham os Mourinhos do romance! Para que o medo destes homens se transforme em risco e o risco em concretização... Gooooooooooooooolo!! TNT
Bom... cá estamos nós em mais um Dia dos Namorados, Dia de São Valentim que pelos vistos casava o pessoal às escondidas e que por isso ficou padroeiro dos namorados que querem casar. Acho bem, casem-se para aí e convidem-me porque gosto de festarolas!
Eu acho piada a namorar. Só namorar. Curtir, sair, fazer loucuras, sei lá... Porém é esperável – e quantos mais anos passam, pior – que se queira mais do que só namorar. Parece que o conceito namorar tem validade e que se chega a um certo ponto em que deixa de ser permitido. Parece que tem de se tirar a renovação da licença o que não é nada fácil – “...Hum, tem mais de 35 anos? E quer renovar a licença para namorar? Só? Tem a certeza que não quer tirar a licença para casar ou viver junto?... Hum, isso é muito estranho... Vai ter de ir para os casos de estudo e apreciação. Daremos uma resposta em breve....” Bendito Simplex me valha!
Noutro dia num jantar de meninas diziam-me, “mas não vês que isso não tem futuro?!... mas qual futuro, pergunto eu! Já pensaram que eu posso não estar a pensar em futuro? Já pensaram que alguém pode ter uma visão diferente da vossa e não lhe apetecer partilhar já casa, intimidade e outras? Querer namorar primeiro, aproveitar o que de bom a vida nos dá? Sem stresses de maior?”
Será assim tão condenável pensar apenas no momento?
No fim de contas temos de pensar permanentemente no futuro em todos os outros aspectos da nossa vida. Trabalho, dinheiro, investimentos, empréstimos. Será que na parte emocional é tão estranho querermos ter a liberdade de dizer “sei lá, logo se vê... por enquanto sinto-me muito bem assim...”?
Neste dia 14 de Fevereiro vou jantar com uma data de solteiros convictos, outros não tão convictos. Mas pelo menos, sem vergonha de assumir o seu estado livre e descomprometido. Vamos a um restaurante “couple’s free” (espero eu), beber uns copos e celebrar o facto de estarmos sem namorados só porque sim!
Para quem fica em casa, com os seus mais que tudo, tenho uma das minhas receitas infalíveis para sexo bombástico. Confiem em mim que nunca vos enganei!
TNT
Sex Sangria 10 morangos 10 framboesas ½ romã Açúcar a gosto Raminho de hortelã Champagne ou espumante (aconselho Murganheira ou Quinta Cabriz que têm uma excelente relação qualidade/preço)
Esmagar os frutos vermelhos com um pilão (hummm...) até saírem os sucos Misturar o açúcar e mexer Colocar a hortelã e esmagar novamente
Misturar o champagne/espumante, mexer suavemente e deixar repousar durante 5 minutos. Provar e ajustar sabores (mais açúcar para os mais gulosos, mais espumante para os menos gulosos)
Beber a dois e esperar 10 minutos pelos efeitos. Enquanto esperam, vão-se embrulhando para não perderem a pedalada...
Destaco de várias leituras que o sexo é sempre melhor se temperado com amor. Ah e tal, “fazer o amor” que é lindo e que isto e que aquilo.
Eu, como já se devem ter apercebido, não sou romântica nem muito dada a estas coisas do amor. Been there, done that, still think that’s overrated...
O olhar que se troca, entre a loucura e o quase limite do desespero de um orgasmo em simultâneo, essa cumplicidade momentânea, é preciso ser misturada com amor? Não necessariamente...
Em conversa com amigas trintonas, reparo que o amor é sempre muito valorizado no sexo, porém contam-me aventuras tórridas de sexo irresistível com pessoas com quem não têm grande relação, muito menos amor. Então... como ficamos?
Há pessoas com quem temos sexo uma vez e é absolutamente fabuloso. Com outras, sobram braços e pernas e parece que os tempos estão sempre desencontrados. Com outras, temos sempre a sensação que ainda não foi desta, que falta ali qualquer coisa. Com outras, parece que nunca mais acaba e com outras que foi depressa demais.
O que eu quero dizer é que nestes encontros e desencontros prazenteiros, o amor pode ajudar mas não é nem obrigatório, nem necessário. Na minha opinião, tem muito mais que ver com químicas, cheiros, sabores, predisposição para a coisa, energia.
Tenho a certeza que toda a gente já sentiu uma atracção sexual irresistível que nos leva à loucura e a praticar loucuras, mas aquilo tudo bem espremido, nem paixão dá, quanto mais amor!
Portanto vamos deixar-nos de subtilezas e explicar-nos bem. O sexo não é necessariamente melhor com o amor. Já o amor, é infinitamente melhor com bom sexo!
Há dias em que nos sentimos mais acessíveis. Com acessível quero dizer disponível. Com disponível quero dizer afável. Com afável, acho que quero dizer puta, mesmo.
Há dias em que acordamos com uma predisposição para a loucura, para o engate, para a provocação. Nem sabemos muito bem porquê, só sabemos é que nos apetece algo, Ambrósio... e não é Ferrero Rocher!
Procuramos hotéis com espelhos estrategicamente colocados, escolhemos sapatos de stilletos, compramos mini-saias, fazemos uma depilação especial e finalmente, quando achamos que está tudo perfeito, telefonamos àquele que achamos que vai embarcar nesta viagem... Sim, porque isto não é para todos!
Como estamos embaladas, começamos logo no telefonema a tratar do assunto e assim quando chegarmos ao hotel/motel, já vamos com vantagem competitiva.
As mulheres têm destas coisas e espírito de iniciativa para a coisa. Já eles... oh meus amigos: que eu saiba, nunca nenhum homem se chegou à frente para uma aventura destas. Podem ir na onda se incentivados, mas não se lembram, não tomam atitudes, não arriscam, aliás nem lhes passa pela cabeça. Será preguiça? Falta de imaginação? Sovinice? Ou pensam que a sua menina não é cá para “essas coisas”?
E as mulheres, porque se lembram? Será que por elas terem “dias difíceis” têm também estes “dias fáceis”?
Confesso que – embora não goste muito de surpresas – gostaria que um homem se apercebesse de um dos meus dias fáceis, e me levasse para uma loucura kitsh de um motel cheio de veludos vermelhos, espelhos no tecto e entrada dissimulada pela garagem. Sem ter sido ideia minha. Sem a minha sugestão.
Só queria que se lembrassem de vez em quando... será pedir muito aos machos cá do burgo?
Um dos meus textos preferidos all time é “Seven Ages of Man” do tio Bill. Gostei quando tive de o estudar, gostei depois e hoje continuo a gostar. Nunca o esqueci e mantive sempre presente a inevitabilidade do enfranquecimento a todos os níveis. Por isso há que aproveitar enquanto é tempo!
Sem querer de forma alguma sequer plagiar esse monstro maior da literatura mundial, decido aproveitar-me do seu brilhante título e refazer estas sete etapas à minha maneira. Apresento-vos portanto a minha versão! Como os homens evoluem na minha vida e creio que - espero não estar só nesta apreciação - na vida de muitas mulheres.
Wannabe – Anda ali a rondar. Já o vi, mas ainda não interessa. Se calhar nunca vai interessar. Mas deixa-o estar, deixa-o pousar...
Prospect – Ah ah! O assunto já me interessa. Deixa cá ver se vale a pena. Vamos dar uma voltinha?
Stand-by – Já está aprovado e naquela fase que pode vir a ser algo mais, mas por enquanto mantém-se ali disponível, para quando e se for preciso.
What Else? – Quando estou apenas focada nele. Este está numa fase realmente interessante e não quero saber de nenhum dos anteriores.
Same old, same old – Ah... és tu outra vez... e outra vez… Já agora, podias pelo menos mudar as piadas. Já não me fazes rir como dantes...
Boring... – Oh seca! Estou mesmo farta da tua conversa, do teu cheiro, desse sinal irritante que tens nas costas. Já te ias embora!
Good-Bye – Foste good, mas agora bye-bye. Fazes-me faltar o ar e não é pelas melhores razões! Já foste...
Nem todos passam por todas as fases. Uns não passam da primeira, outros vão directamente para a última.
Seja como for, continuo a achar que um puto surfista, divertido e tonto, é mesmo o melhor que nos pode calhar!... Passam pelas fases todas e nem percebem! Mas deixam sempre aquele saborzinho a mar...
Na sequência dos últimos posts, manuais e sebentas, conselhos e dicas, senti-me um bocado na obrigação de contar alguma da minha experiência, não em termos de manuais e técnicas, pois não será tanto o meu métier (não sou nenhuma marta crawford), mas mais em termos de comportamentos pré e pós acto.
O sexo por si só, uma queca ocasional, um one night stand é uma coisa. Tem pouco pré e nenhum pós. É óbvio que há sempre aqueles amigos coloridos que nos levam às nuvens, que conhecem a misteriosa localização do ponto G (duh!?!) mas que não passam disso... Digamos que estes têm uns pré(zinhos) e uns pós(zinhos)!
O sexo a dois (ou a três: eu, tu e nós dois, como diz um amigo e leitor deste blog) é outra conversa. Inclui mimo, atenção, conversa, apoio.
Parece-me que por mais técnicas sexuais que se desenvolvam há sempre esta questão que se passa fora dos lençóis. E realmente, para as mulheres essa é mesmo muito importante, primordial até. É daí que extraímos a nossa vontade de nos entregarmos de corpo, alma e marotice a alguém. O pré leva ao pós.
Quando a pessoa X não nos dá este tipo de atenção, corre o risco da pessoa Y ou Z se chegar à frente e nos dar aquilo que queremos. Porque a nossa disponibilidade para o exterior - para os Ypsilons e Zês - vai crescendo à medida que decresce a dedicação do X. Sem pré não há pós! Passamos a ter uma placa “Available” na testa e um sorriso de boas-vindas nos lábios.
Noutro dia fui sair com um ilustre prospect. No meio do champagne, entra um cavalheiro no bar onde estávamos, que ficou ali meio especado a olhar para mim. Eu não liguei nenhuma, mas o meu acompanhante ficou claramente incomodado. Ao que lhe tive de dizer “oh rapazinho, se vamos continuar a sair é melhor que te habitues, porque isto é mesmo assim...”
Há homens que gostam de nos exibir como troféus. Que têm orgulho em nós e de andarem connosco. Outros querem-nos muito sossegadinhas a um canto e que ninguém nos veja (nunca tive destes, mas sei que existem). Outros andam sempre com o coração nas mãos, caso alguém olhe mais de três segundos e nos arranque um bocadinho da virtude. Gostam que os amigos se roam de inveja mas o resto do mundo escusa de olhar.
O que nos remete para um terreno pouco firme, de areias movediças até. O da insegurança masculina! Ah pois! Pensavam que só as mulheres sofriam deste mal? Naaah! Há coisas justas neste mundo, e esta é uma delas. Os homens são inseguros, pronto! Disse!
Dizem que eu, com a minha enorme e transbordante segurança e auto-estima, sou capaz de deixar os rapazinhos com quem me envolvo, inseguros. Não me parece nada! Aliás faça-se justiça! Sempre lhes disse que se ali estão comigo é porque eu quero mesmo que estejam. Senão, estaria outro qualquer. Só têm é de se sentir confiantes, não vos parece? O facto de outros olharem, só os devia divertir e encher de peneiras e não de tremuras e desconforto...
Mas julgo que a testosterona lhes tolda a parte do cérebro que devia processar estas questões e só conseguem vislumbrar o território ameaçado pelos outros machos a exibirem as caudas prontos para saltarem à espinha das fémeas. E por falar em fémeas... elas não terão nada a dizer em todo este processo de galanteio/invasão de território/whatever? Já agora, se não se importam!
Tenho amigas que dizem que os devemos deixar sempre assim um bocadinho inseguros, suspensos, sem saberem muito bem o que esperar de nós ou do que somos capazes.
Quanto a mim, se lerem este blog, sou logo denunciada! Lá se vai o mistério. Quanto à insegurança das criaturas, ou muito me engano, ou vai aumentar substancialmente, com estas leituras!