Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

O Interno Feminino

Divagações e reflexões do mundo no feminino. Não recomendado a menores de idade ou a pessoas susceptíveis.

Até que a desintoxicação nos separe

Avatar do autor tsetse, 17.02.09

Noutro dia um amigo falava-me sobre uma teoria que tinha desenvolvido sobre as relações entre pessoas serem semelhantes às relações das pessoas com a droga: no início dá um grande prazer, provavelmente devido à produção de substancias químicas no nosso organismo, depois só ficamos porque não aguentamos a privação da relação. Ou seja, ficamos porque estamos viciados e não temos força de vontade para sofrer com a ausência do outro. Eu não concordei, pois conheço várias pessoas, de ambos os sexos, com relações duradouras e que ainda falam do seu parceiro com  entusiasmo e orgulho e que parecem continuar radiantes com a sua escolha.

No entanto, ele não deixa de ter razão numa coisa: há realmente muitos casais que, embora continuem juntos, não parecem muito entusiasmados com o facto e a teoria do vício e do medo de o ultrapassar pode ser, aqui, muito bem aplicada. No entanto, ele errou no essencial: extrapolou a sua experiência para toda a humanidade, ignorando factores intelectuais e civilizacionais, que ultrapassam a simples química. Quem tem esse comportamento pode realmente ser comparado com um agarrado: com fraqueza de carácter, falta de interesse pelos sentimentos de quem o rodeia e sem capacidade para desfrutar da vida em toda a sua plenitude. Mas há quem consiga ser superior a isso.

E este texto teria acabado aqui, se eu ontem não tivesse adormecido a pensar neste tema. O meu subconsciente pregou-me uma partida (ou tentou dar-me uma lição, como preferirem). Sonhei que descobria que uma amiga (que tinha escolhido mentalmente como representante de uma relação feliz, antes de adormecer) estava a ter um caso com o meu amigo que mais me enternece quando fala da mulher, com quem é casado há catorze anos. Na realidade, eles nem se conhecem, nem moram na mesma cidade. Mas o meu sonho juntou-os, para lembrar-me que as aparências iludem e que a experiência já me devia ter ensinado a ser menos romântica.

E vocês, em que acreditam? São todos os casais uma cambada de fracos entorpecidos? Ou só o são os mais azarados ou com menos jeito para escolher o derradeiro parceiro?

 

Tsetse

Comentar:

Comentar via SAPO Blogs

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog tem comentários moderados.

Este blog optou por gravar os IPs de quem comenta os seus posts.