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O Interno Feminino

Divagações e reflexões do mundo no feminino. Não recomendado a menores de idade ou a pessoas susceptíveis.

Pólo Norte, Pólo Sul ou Polilon?

Avatar do autor TNT, 29.12.08

Noutro dia em conversa com uma amiga que tem tido paixões loucas e arrebatadoras ao longo da vida, começámos a interrogar-nos o que seria isto que nos leva a perder o controlo das situações, de nós próprios e das relações que tentamos - muitas vezes em vão - construir. Ela, neste momento, e pela primeira vez na vida, vive uma relação morna (recente), sem borboletas a esvoaçar na barriga, sem anseios pelo toque da chamada telefónica, do sms ou do mail. Diz que vive bem na companhia do dito cujo, mas também se encontra bem quando ele não está presente. E perguntávamo-nos: “será que é isto o amor adulto?... E será que é melhor que a loucura da paixão?”.

Como tudo na vida, há vantagens e desvantagens. Mas qual será o vencedor na lista dos prós e contras?

As paixões arrebatadoras deslumbram-nos, fazem-nos esquecer de nós próprios, fazem-nos viver num permanente estado de ansiedade que nem o Zoloft acalma. Acabamos por ser escravos da dita e em permanente luta por tudo o que é bom e mau. Quando é bom, é excelente. Quando é mau, é péssimo. É uma montanha-russa de emoções que só quem as vive é que sabe. Embora não entendamos os processos, somos consumidos pelo desfecho. E, normalmente, a coisa não acaba muito bem... E quando é unilateral, então neste caso, é absolutamente devastador. Tanto o processo, como o desfecho.

As relações mornas, medianas, amores adultos, ou como lhes queiramos chamar, são assim... normais, tranquilas, sem grandes percalços. Não há grandes entusiasmos, nem grandes risos, por outro lado, também não há grandes confusões nem grandes discussões. É tudo muito simpático, agradável, como um passeio no parque. Como um ursinho de peluche, bolas de sabão, um livro da Margarida Rebelo Pinto e outras coisas tão simpáticas e agradáveis que tais. Quando as coisas acabam, também não deixa de ser um passeio pelo parque com a diferença de que está a chover e há uma poça de lama aqui e ali.

Eu não sou de paixões arrebatadoras. Tampouco de relações mornas. Porém, já vivi as duas experiências. Apenas uma vez. Tive uma paixão arrebatadora que me levava a fazer coisas completamente loucas. O que me valeu foi que durou apenas uns seis meses. Depois acabei com aquilo porque não aguentava tantos altos e baixos. Tanto descontrolo e desorientação não eram para mim. Tive uma relação morna/mediana/adulta que durou cerca de um ano e meio. Também não dá para mim. Farto-me, acho tudo uma chatice e nem me consigo lembrar da quantidade de vezes que pulei a cerca.

Talvez o ideal (ou utópico!) seja uma mistura de ambas. Umas pitadas de loucura, temperadas com um fio de tranquilidade. Uns arrepios pela espinha acima cruzados com o calor de alguém pousado no peito. Uns ansiados toques de telemóvel embrulhados em alguma previsibilidade.

Ou seja, o melhor dos dois mundos... Estamos em época natalícia e se é para pedir, o melhor é pedirmos em grande!

 

TNT
 

2 comentários

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    TNT 02.01.2009

    Eu acho que depende muito da pessoa que amamos.
    Acho que não somos só nós que comandamos esse barco. Já me senti completamente rendida a um amor (que é diferente de uma paixão). Já senti a tal paixão louca e descontrolada (confesso que não gostei). E já vivi a tal mediania que não funciona comigo. Pode funcionar durante uns tempos, mas depois é impossível de durar.
    E vejo que a minha forma de "amar" tinha que ver com o estilo de pessoa com que estive envolvida. Se calhar, não somos donos das nossas emoções quando estamos com alguém. Será?
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