Contabilidade Sexual
TNT, 15.12.08
Noutro dia, a jantar com um amigo que vive nos States há mais de 20 anos, sai-se com a seguinte pergunta: “As mulheres também têm de contar os gajos com quem já foram para a cama?”
Hello???
“Bom... – respondi eu – se for uma chinesa que trabalha num restaurante chinês, provavelmente, saberá o número de cor. Mas o resto do mundo, julgo que sim, que tem de contar... aliás, como os homens, suponho eu!”
Pelo vistos, ele tinha deixado de contar às 236! A realidade americana é um bocadinho diferente da nossa... Tinha uma folha de Excel quando era mais novo e ia actualizando com nomes, datas e outros dados que agora já não me ocorrem. Eu disse-lhe que a maioria das mulheres (portuguesas) ainda conseguia contar com os dedos, mesmo que se repetisse os dedos. Sem precisarmos de ábacos, calculadoras ou outras ferramentas informáticas. E lembram-se dos nomes de todos? – perguntava ele incrédulo. Oh querido, às vezes nem nos lembramos de todos, mas quando vêm à memória, andam normalmente acompanhados do nome.
Às vezes não se lembram de todos?? Como assim?
Sim... pode falhar um ou outro que depois nos lembraremos talvez passado um quarto de hora ou, se ficarmos a pensar no assunto, dois ou três dias depois, quem sabe...?
Pois... imaginando que fomos para a cama com 10% da quantidade dele quando desistiu da contagem, é possível lembrarmo-nos dos nomes. Talvez não saibamos o que andam a fazer hoje em dia ou por onde andam, mas em relação aos nomes, ainda lá vamos.
10%? Mas isso dá mais que 20 homens!
Oh meu amigo! Então não é chocante um homem ir para a cama com mais de 200 mulheres, mas uma mulher ir para a cama com mais de 20 homens já é? Óbvio que se a mulher (ou homem) tiver 15 ou 16 anos, convenhamos que é chocante. Mas estando a falar de mulheres entre os 35 e os 45 anos, qual é o choque?
Creio que a maioria das mulheres tem uma costela de Samantha Jones, com um piquinho de coleccionismo à mistura e uma pitada de sensação de usar se apetecer.
Não tem de haver amor. Nem sempre há amor. Às vezes é só por que apetece, porque a crise é uma maçada e temos de nos entreter, por que andamos perdidas em relações infelizes e vamos dar umas voltas por fora e, outras vezes, é só por que somos mulheres e apetece-nos caçar.
E o número, esse, vai sempre crescendo. Não temos por onde fugir. Tal como os anos se vão acumulando sem que o possamos evitar, o número de homens na nossa vida – leia-se cama – também vai aumentando. Mas aqui, ao contrário da idade, não é uma questão de não podermos evitar... é de não querermos!
TNT