Trabalhos Manuais - Aula #4
TNT, 20.05.08
Há quem diga que é fácil, mas a coisa esconde mais segredos do que poderia parecer à partida. A técnica da sarapitola, esgalhar o pessegueiro, espancar o palhacinho ou outras expressões elegantes do género, não é assim tão simples. Dependerá muito da sensibilidade do interlocutor.
Se os moçoilos começam a mexer na dita desde que têm movimentos coordenados, as meninas só iniciam a convivência com o assunto bastantes anos mais tarde. Não nascemos com o brinquedo e andamos sempre com um atraso técnico significativo. Tipo Portugal e a Europa civilizada: de vez em quando chegamos lá, mas a maior parte das vezes andamos aos papéis...
Se há uns que apreciam a velocidade, outros há que preferem a calma e a reflexão. Se há uns que apreciam a suavidade, outros há que preferem a loucura instantânea. Há quem tenha ideais de esquerda, quem os tenha de direita, e ainda quem simpatize com o centro. E depois isto é como tudo: há quem goste de usar alguns tamanhos acima e de se sentir à larga e há quem prefira sentir-se mais aconchegado.
Ora perante tanta variável, como é que uma mulher se pode safar e mostrar-se competente nesta arte?
Até podemos começar bem, mas dificilmente nos conseguimos manter à altura do acontecimento. A minha sugestão é que os homens se cheguem à frente, percam as vergonhas e nos guiem. Conduzam a situação. Afinal o veículo é vosso, nasceram com ele! Conhecem-lhe as taras e as manhas. Quem somos nós para liderar um movimento que desconhecemos?
E como sabem, nem todas as mulheres têm jeito para tricot, crochet e ponto-de-cruz. E já que ninguém nasce ensinado...
TNT