Relações Alienígenas
tsetse, 09.01.08
A primeira e a mais importante para mim é: com que princípios regemos a nossa conduta? Por exemplo, vamos partir do princípio que "os fins justificam os meios" ou não? Se a resposta dada pelos dois não for a mesma, dificilmente terão a mesma opinião sobre variadíssimos assuntos, incluindo sobre algumas questões que têm de ser resolvidas com o mútuo acordo.
Por exemplo, outra questão que está no topo das minhas preocupações é: somos pessoas interessantes e interessadas? Gostamos de aprender e valorizamos a descoberta de coisas novas? Se uma pessoa responder que sim e a outra não, a primeira vai sentir-se limitada. Por outro lado, a segunda nunca vai perceber o verdadeiro valor de quem está ao seu lado, pois não a entende e muito menos a estimula. Até já estou a imaginar a discussão quando a primeira quiser gastar um dinheirão numa viagem ao Japão e a outra preferir um sofá novo...
Outra questão pertinente é: valorizamos ou não a perversão? Não, não estou a falar daquelas perversões que dão direito a cadeia. Refiro-me àquelas pequenas conquistas mais ou menos maquiavélicas, como sentir orgulho na subversão de uma alma ingénua. Uma pessoa que valoriza a perversão dificilmente dá o devido valor a uma que não. E uma "que não" dificilmente terá orgulho da perversão da outra. Em ambos os casos, o mérito que um acha ter, não será devidamente valorizado pelo outro. Na melhor das hipóteses, apenas sente curiosidade pela realidade do outro.
A diversidade pode ter muita graça entre amigos, pois sempre proporciona umas conversas diferentes e umas visões mais alargadas. Como se visitássemos um planeta distante e nos divertíssemos por lá uns tempos. Sempre com a hipótese de voltar para a paz da nossa casinha. Mas, numa relação, a história é diferente. Correriamos o risco de mudar de planeta, para nunca mais voltar. (Ou, pelo menos, até novas núpcias...)
Tsetse