Os Meandros da Traição
TNT, 17.10.07
do Lat. tradere, entregar
v. tr.,
enganar por traição;
falsear;
ser infiel a;
denunciar;
revelar;
não cumprir;
delatar;
comprometer-se.
Todas estas definições e tantas outras que se encontram em manuais enciclopédicos não são suficientes para mostrar como é o sabor da traição. Nem para o traidor, nem para o traído. Curiosamente, é amargo em ambos os casos. O acto de trair nunca é doce, por mais que o traído mereça.
A traição nas relações amorosas heterossexuais – que são as que conheço de gingeira – tem, para além dos óbvios pontos de vista diferentes na perspectiva do traidor e do traído, dois outros, que na minha opinião são completamente distintos: o feminino e o masculino.
As mulheres, quando o fazem, é mesmo a sério. Traem com convicção. Sabem muito bem o que estão a fazer e têm plena consciência da sua traição. Numa mulher, estas coisas não acontecem. São planeadas ao detalhe. Desenganem-se aqueles que já ouviram a história do “aconteceu”. Às mulheres, acontece irem na rua, tropeçarem e caírem. Não acontece trocarem fluidos com terceiros.
As mulheres, quando traem é porque lhes falta algo na relação. Atenção, na maioria dos casos. E é essencialmente isso que vão buscar noutros lados. Atenção, apenas. O sexo vem por acréscimo. Começam por ser seduzidas – normalmente por um colega de trabalho – sentem-se estimadas e agradadas e acabam por prevaricar, por só verem aquilo como solução para os seus dias entediantes. Entregam a alma provavelmente a quem não merece.
Não pretendo com isto, minimizar a intencionalidade convicta de quem se meteu noutros lençóis! Pretendo apenas explicar as diferenças nos comportamentos de cada género.
Já os homens... são capazes de o fazer só porque sim! Porque beberam uns copos; porque precisam de se afirmar; porque a testosterona atacou em massa; porque a rapariga lhes encheu o ego; para mostrar aos amigos; para não ficarem para trás; porque sim e porque...
Eles raramente planeiam e a coisa com eles, na maioria dos casos, simplesmente acontece. O flirt é quase inexistente e passam logo ao passo da cama sem criação de intimidade. Não entregam a alma porque nem sabem muito bem o que é isso. E no fundo, o que interessa é um gajo ser homem, comer todas as gajas que puder comer ao longo da vida, e deixar-se dessas “paneleirices” do amor e da alma e da atenção e mais não sei o quê.
Posto isto, a conclusão que tiro é que, embora os homens se embrulhem com outras com mais frequência, as mulheres traem mais vezes!
TNT