Revolução em cadeia
tsetse, 28.02.07
Ultimamente, tenho assistido a vários fenómenos desses, em áreas bem distintas. Para exemplificar, imaginem um homem que se divorcia, porque acha que a relação já não tem emoção suficiente, que é preciso arriscar e mudar de vida, e comenta o facto com os amigos. Se ele se mostrar entusiasmado com a escolha e começar a justificar de forma lógica a sua decisão, os amigos que se identificarem com o seu problema vão, sem dúvida, pensar: "Mas o que se passa com ele é parecido com o que se passa comigo. Se ele é uma pessoa sensata e acha que este problema implica uma ruptura, se calhar tenho que pensar melhor na minha situação". E, depois, começam a analisar tudo e a colonizar sentimentos de liberdade, ruptura, e novidade. Conclusão: se ainda não tinham pensado em acabar, passam a pensar.
O mesmo se passa noutros tipos de relações. Se estamos no nosso emprego, sossegados, descontentes com algumas coisas e, de repente, vários colegas começam a queixar-se da empresa, a contar mais situações desagradáveis (que desconhecíamos) e a decidir sair, nós começamos a pensar: "Espera aí, afinal estes problemas são graves. Há mais pessoas descontentes. Descontentes ao ponto de sair. E, pelos vistos, o mercado não está assim tão mau, pois já arranjaram emprego". Mesmo sem querermos ser influenciados, só o facto dos nossos colegas se terem revoltado, dá-nos dados novos sobre a empresa e o mercado.
Por isso, meus amigos, muita atenção aos sinais. Nunca se sabe quando chega a nossa hora de demitir ou ser demitido. Seja do emprego, relação ou casamento. Se não querem perder, trabalhem mais e sejam mais dedicados. E, já agora, não vão em modas.
Tsetse