Vanity Fair ou o Circo Matrimonial
TNT, 11.12.06
Vivi uns tempos em Madrid o que me deu uma visão das aparências muito peculiar. Elas penteiam-se de forma fantástica, perfumam-se, vestem-se super bem, arranjam-se maravilhosamente... Parece tudo bom até agora. Mas não referi um pequeno pormenor: banhinho que é bom, não tomam!
As gajas madrilenas fazem-me lembrar os casamentos portugueses. Em que tudo vive de aparências. Em que tudo parece bonito. Mas se começarmos a raspar a superfície e a levantar aquela película tão ténue da aparência só se vêem rolos de cotão acumulados ao longo dos anos. E estou a ser simpática referindo só o cotão.
Anda toda a gente a enganar-se. A disfarçar. A endrominar. Tenho tido acesso directo e indirecto a histórias macabras que fariam corar Poe.
A mentira, a falta de respeito pela privacidade, a espionagem, a vida dupla e a procura de emoções fortes fora do casamento, instalaram-se nas casas portuguesas. E estão de tal maneira instituídas que já ninguém estranha... “Ah e tal... fui ver o mail dele e tava lá uma mensagem de uma...” ou “Recebeu uma chamada no telemóvel e foi atender para a cozinha. Claro que a seguir fui ver ao registo de chamadas quem estava a ligar...” ou “Fiz-me passar por ele no messenger... elas caem que nem umas patinhas...” E isto já faz parte do dia-a-dia e é tão banal como almoçar ou jantar.
Mas que raio de casamentos são estes? Que raio de relações são estas? São estes valores que querem passar à geração seguinte?
Que eles são uns doidivanas já nós sabemos! Que precisam de afirmar a sua sexualidade diariamente, também sabemos. Agora que nós entremos no jogo das mulheres traídas, mal amadas e reactivas, põe-me muito triste... É que nesta semana foram três histórias diferentes de operações de cosmética matrimonial a que tive de assistir/ouvir.
Não há maquilhagem ou laca que resista a tanta tanga! Estão a ver porque não me caso? Era incapaz de fazer parte deste número de circo. Nem mesmo com o Natal à porta...
TNT
As gajas madrilenas fazem-me lembrar os casamentos portugueses. Em que tudo vive de aparências. Em que tudo parece bonito. Mas se começarmos a raspar a superfície e a levantar aquela película tão ténue da aparência só se vêem rolos de cotão acumulados ao longo dos anos. E estou a ser simpática referindo só o cotão.
Anda toda a gente a enganar-se. A disfarçar. A endrominar. Tenho tido acesso directo e indirecto a histórias macabras que fariam corar Poe.
A mentira, a falta de respeito pela privacidade, a espionagem, a vida dupla e a procura de emoções fortes fora do casamento, instalaram-se nas casas portuguesas. E estão de tal maneira instituídas que já ninguém estranha... “Ah e tal... fui ver o mail dele e tava lá uma mensagem de uma...” ou “Recebeu uma chamada no telemóvel e foi atender para a cozinha. Claro que a seguir fui ver ao registo de chamadas quem estava a ligar...” ou “Fiz-me passar por ele no messenger... elas caem que nem umas patinhas...” E isto já faz parte do dia-a-dia e é tão banal como almoçar ou jantar.
Mas que raio de casamentos são estes? Que raio de relações são estas? São estes valores que querem passar à geração seguinte?
Que eles são uns doidivanas já nós sabemos! Que precisam de afirmar a sua sexualidade diariamente, também sabemos. Agora que nós entremos no jogo das mulheres traídas, mal amadas e reactivas, põe-me muito triste... É que nesta semana foram três histórias diferentes de operações de cosmética matrimonial a que tive de assistir/ouvir.
Não há maquilhagem ou laca que resista a tanta tanga! Estão a ver porque não me caso? Era incapaz de fazer parte deste número de circo. Nem mesmo com o Natal à porta...
TNT