O drama da casa de banho (ou quarto de banho para quem for do Norte)
TNT, 11.04.10
Se há coisa que me encanita é como é que os casamentos ‘do antigamente’ subsistiam e duravam, apenas uma casa de banho no lar doce lar.
Uma pessoa pode até partilhar a cama, o sofá, e, quem sabe, o armário – acho pouco prático, mas enfim -, mas a casa de banho não me parece coisa para se partilhar. O mulherio tem sempre uma data de coisas que PRECISA de ter no aconchego daquelas paredes de azulejo. Os cremes para a cara – leia-se três ou quatro diferentes para o dia e para a noite – os cremes para o corpo, para os pés, para os cotovelos, para as mãos, para as cutículas, o óleo de amêndoas doces para as unhas, os vernizes, a maquilhagem, o champô, o creme amaciador, a máscara, as escovas, o pente, o secador, os tampões, as toalhitas, os discos de algodão, o desmaquilhante...
Como é que pode sobrar espaço para a espuma de barbear e o lote de revistas com que os gajos sempre se fazem acompanhar em momentos de grande reflexão como a ida à retrete? Não é praticável! Já para não falar daqueles tipos que precisam do seu momento matinal no trono durante cerca de 1h10, quando toda a gente sabe que problemas de obstipação são quase exclusivamente femininos! Por que carga de água é que os gajos ficam lá tanto tempo? Para não nos aturarem? Eh pá, o raio que os parta, vão para o café do Sr. Amândio e ponham as leituras em dia!
A fórmula para um casamento sofrível é ter duas casas de banho. Pode até ter-se um T0, mas não me lixem... com duas casas de banho!