And the Oscar Goes to...
TNT, 29.08.06
Fico passada com o facto de as pessoas encararem o fenómeno raríssimo e genial da procriação como uma proeza só comparável a alguns Nobel. E não é daqueles Nobel light, tipo paz e literatura. Não... é assim uma coisa mais puxadota, tipo Física.
Noutro dia ao ver o Conan O’Brien, reparei que após uma entrevista a um reputadíssimo jornalista que passava a vida em cenários de guerra e cartéis colombianos, arriscando a vida para informar o mundo do que por aí passa, este só foi aplaudido quando o comediante lhe pergunta, “Então e foste pai recentemente...?”. A ovação foi impressionante. Fiquei atónita. Mas pensei que este aplauso se devia à reputadíssima ignorância do povo americano. Mas a verdade é bem mais cruel. Parece que é um fenómeno universal e transversal, que não olha a idade, sexo, classe social ou credo. Pelos vistos, procriar é uma proeza magnificiente para quase todos. Mesmo a ínfima parte da população mundial que não consegue esta admirável proeza, tem várias equipas disponíveis a trabalhar na fertilização, não vá o planeta correr o risco de se esvaziar de gente.
Será que todos se acham assim tão bons que não suportam a ideia de não deixar descendência dos seus genes geniais?
Ó meus amigos... alguém tem que dizer que procriar não é assim nada do outro mundo. Não é uma façanha da qual se possam gabar. Aliás, na maioria dos casos são descuidos. E será que os descuidos são dignos de ovação? E mesmo quando são planeados? Qual a verdadeira importância, que eu não consigo atingir? E não, não pretendo respostas daqueles iluminados dos movimentos pró-vida, cuja maioria, é gente mal comida e que já fez trinta abortos em Espanha.
Se as agarradas do Casal Ventoso passam a vida grávidas, não deverá ser com certeza uma grande façanha. Para os homens, compreendo que seja de enorme importância o facto de espalhar a semente. Eles veneram-se mesmo, por isso é um comportamento coerente com a animalidade adjacente. Agora as mulheres? E não me venham com a conversa do relógio biológico, que eu também sou gaja...
A verdade é que a esmagadora maioria das pessoas tem filhos por razões egoístas. Ou porque não querem ficar sozinhas, ou porque acham que assim salvam o casamento, ou porque querem fazer perdurar o nome e outras propriedades, ou porque precisam de ajuda para o negócio da mercearia ou para trabalhar no campo, ou para sacar um gajo, ou porque a amiga teve e nós não queremos ficar atrás... Enfim, mil e uma razões de índole absolutamente egoísta.
E agora, ainda merecem ser aplaudidas, congratuladas ou presenteadas?
TNT
Noutro dia ao ver o Conan O’Brien, reparei que após uma entrevista a um reputadíssimo jornalista que passava a vida em cenários de guerra e cartéis colombianos, arriscando a vida para informar o mundo do que por aí passa, este só foi aplaudido quando o comediante lhe pergunta, “Então e foste pai recentemente...?”. A ovação foi impressionante. Fiquei atónita. Mas pensei que este aplauso se devia à reputadíssima ignorância do povo americano. Mas a verdade é bem mais cruel. Parece que é um fenómeno universal e transversal, que não olha a idade, sexo, classe social ou credo. Pelos vistos, procriar é uma proeza magnificiente para quase todos. Mesmo a ínfima parte da população mundial que não consegue esta admirável proeza, tem várias equipas disponíveis a trabalhar na fertilização, não vá o planeta correr o risco de se esvaziar de gente.
Será que todos se acham assim tão bons que não suportam a ideia de não deixar descendência dos seus genes geniais?
Ó meus amigos... alguém tem que dizer que procriar não é assim nada do outro mundo. Não é uma façanha da qual se possam gabar. Aliás, na maioria dos casos são descuidos. E será que os descuidos são dignos de ovação? E mesmo quando são planeados? Qual a verdadeira importância, que eu não consigo atingir? E não, não pretendo respostas daqueles iluminados dos movimentos pró-vida, cuja maioria, é gente mal comida e que já fez trinta abortos em Espanha.
Se as agarradas do Casal Ventoso passam a vida grávidas, não deverá ser com certeza uma grande façanha. Para os homens, compreendo que seja de enorme importância o facto de espalhar a semente. Eles veneram-se mesmo, por isso é um comportamento coerente com a animalidade adjacente. Agora as mulheres? E não me venham com a conversa do relógio biológico, que eu também sou gaja...
A verdade é que a esmagadora maioria das pessoas tem filhos por razões egoístas. Ou porque não querem ficar sozinhas, ou porque acham que assim salvam o casamento, ou porque querem fazer perdurar o nome e outras propriedades, ou porque precisam de ajuda para o negócio da mercearia ou para trabalhar no campo, ou para sacar um gajo, ou porque a amiga teve e nós não queremos ficar atrás... Enfim, mil e uma razões de índole absolutamente egoísta.
E agora, ainda merecem ser aplaudidas, congratuladas ou presenteadas?
TNT