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O Interno Feminino

Divagações e reflexões do mundo no feminino. Não recomendado a menores de idade ou a pessoas susceptíveis.

As saídas mais fáceis... e as outras

Avatar do autor TNT, 27.11.08

Há uns tempos, em conversa com o marido de uma amiga minha, comento-lhe que ela me parecia estranha e muito agressiva. Se ela estaria com algum problema que eu desconhecesse e se poderia ajudar...

E ele responde-me prontamente: “Eh pá, isto assim não pode ser. Vou pedir o divórcio. Já não aguento mais. São discussões todos os dias. Ainda sou novo, ainda posso ser feliz. E estou aqui a perder tempo com ela. Tempo esse, em que podia ser feliz ou, pelo menos, não ser infeliz...”

Eu fiquei de queixo caído, porque não estava nada à espera desta resposta.

De qualquer modo, respondi-lhe... “Tem paciência, ela deve estar a passar uma fase má, a vida às vezes não corre como queremos e não podemos pôr tudo em causa só por estarmos a passar um período menos bom, etc., etc. Vocês gostam um do outro e tudo se há-de compor...” Propus-me então a falar com ela, no sentido de lhe acalmar a tal agressividade, sem nunca referir que tinha falado com o marido, nem o perigo que o seu casamento estava a correr - e que ela nem sequer imaginava. Lá identificou (com algum custo) os erros que estava a praticar, acalmou e, aparentemente, a coisa compôs-se e bem!

O nosso papel de amigos é tentar que as pessoas de que gostamos e que se gostam, sejam felizes. Porém, de vez em quando, deparo-me com comentários do género... “Pois, realmente tens razão, vê lá. Se achas que isso é o melhor a fazer, então nesse caso acaba sem mais delongas para não criares falsas expectativas, etc. Às vezes, gostar não é suficiente, e tal...” Este é o tipo de conselho que não dá trabalho nenhum, não demonstra qualquer preocupação pelos sentimentos dos envolvidos, e pode precipitar decisões numa altura em que as pessoas se encontram confusas e com pouca capacidade de discernir.

Todos sabemos que passamos fases menos boas. Que direito temos nós de incentivar as pessoas que, com dúvidas, procuram a saída mais fácil? Todos sabemos que manter uma relação implica esforço e empenho, sacrifícios e parceria. Não podemos presumir que se a pessoa que vem falar connosco, afirmando que gosta da outra, mas que está farta disto ou daquilo, é porque não a quer mais. Nem sempre é! Às vezes (a grande maioria das vezes), apenas precisa de um ombro amigo para lhe dizer que é apenas uma fase, que existe amor, embora esteja temporariamente camuflado por problemas exteriores. Por vezes, basta isto.

Se alguém está com dúvidas, não lhes devemos apontar o caminho mais fácil. Devemos apontar o caminho melhor. E o caminho melhor, como todos nós sabemos, nem sempre é o mais fácil...

Mas isto, meus caros, há amigos e amigos. E no meio da confusão em que nos encontramos, ainda temos sempre de nos certificar se os interesses dos amigos são superiores ao interesse que têm pela nossa felicidade.

 

TNT
 

O efeito do factor filhos no romance

Avatar do autor tsetse, 07.11.07

Sempre achei que, quando se tem filhos, perde-se o direito a uma série de coisas. Para o bem e para o mal, as crianças repetem o que vêem e o seu futuro depende dos exemplos que têm. Por isso, sempre tive curiosidade em saber como é que uma mãe sozinha consegue conciliar o seu papel de mãe com o papel de mulher disponível para o romance.

Se, por um lado, ouço falar de mulheres que jamais apresentariam um namorado aos filhos, por outro, ouço histórias de mulheres que não se importam de expor os filhos a tudo: levam homens casados para casa, aparecem com desconhecidos a meio da noite, são apanhadas pelos filhos em flagrante, etc.

Entre a escrava dos filhos do primeiro exemplo e a doidivanas do segundo, deve haver um meio caminho que permita manter algum romance, sem dar um mau exemplo às crianças.

Reflectindo sobre o assunto, penso que a solução deve passar por aproveitar a 100% o tempo em que os filhos ficam com o outro progenitor ou arranjar uma relação saudável e estável. O mais importante é nunca perder o respeito dos filhos e dar um exemplo de decência equilibrada, sem se deixar de ter uma vida privada estimulante.

Tsetse

Ai que calores!

Avatar do autor TNT, 25.03.07

Comentava-me uma amiga noutro dia, que anda a ouvir imensas queixas dos amigos homens que estão fartos das relações, que estão estagnadas, que são um tédio, que elas afinal têm é demasiada “atitude”, que isto e que aquilo. Dizia ela, que curiosamente naquela semana tinha ouvido queixumes vários, de quadrantes vários, sempre masculinos. A semana a que ela se referia foi a semana que passou, a do calor...

Isto das estações do ano é realmente uma coisa muito curiosa no comportamento da espécie masculina... Com certeza, já devem haver inúmeros estudos acerca deste tema na National Geographic e afins.

Nos primeiros raios de sol, o mulherio fica todo encalorado e vá de usar uns decotes mais generosos, umas saias mais curtas e arejadas, uma sandalucha, sei lá. Se está calor não andamos encasacadas nem cobertas até ao pescoço, certo?

Os machos do nosso burgo, parecendo viver em países muçulmanos, comportam-se como se nunca tivessem visto um bocadinho de pele. Ficam desvairados, dispostos a terminar relações de anos, a acharem defeitos invisíveis, fartinhos até à medula das suas namoradas de inverno.

Se repararem bem, a maioria das relações termina na época Primavera-Verão. Claro! No Inverno estão eles muito doentes, quase a morrerem, coitadinhos, com gripe e nós a levarmos os suminhos de laranja à cama, com o cêgripe. Para quê? Para os meninos ficarem saudáveis, cheios de vitalidade e vitamina C, e assim poderem desfrutar na plenitude, dos prazeres do estio.

No próximo Inverno, levam mas é com antibiótico, que hão-de ficar cheios de cáries e com olheiras até ao chão! Palhaços!

TNT

Revolução em cadeia

Avatar do autor tsetse, 28.02.07

Por muito que achemos que não somos influenciáveis, nem sempre conseguimos resistir ao poder da "sugestão". Principalmente, quando nos sentimos identificados com a desgraça alheia e vemos os outros a lutar com argumentos de peso.

Ultimamente, tenho assistido a vários fenómenos desses, em áreas bem distintas. Para exemplificar, imaginem um homem que se divorcia, porque acha que a relação já não tem emoção suficiente, que é preciso arriscar e mudar de vida, e comenta o facto com os amigos. Se ele se mostrar entusiasmado com a escolha e começar a justificar de forma lógica a sua decisão, os amigos que se identificarem com o seu problema vão, sem dúvida, pensar: "Mas o que se passa com ele é parecido com o que se passa comigo. Se ele é uma pessoa sensata e acha que este problema implica uma ruptura, se calhar tenho que pensar melhor na minha situação". E, depois, começam a analisar tudo e a colonizar sentimentos de liberdade, ruptura, e novidade. Conclusão: se ainda não tinham pensado em acabar, passam a pensar.

O mesmo se passa noutros tipos de relações. Se estamos no nosso emprego, sossegados, descontentes com algumas coisas e, de repente, vários colegas começam a queixar-se da empresa, a contar mais situações desagradáveis (que desconhecíamos) e a decidir sair, nós começamos a pensar: "Espera aí, afinal estes problemas são graves. Há mais pessoas descontentes. Descontentes ao ponto de sair. E, pelos vistos, o mercado não está assim tão mau, pois já arranjaram emprego". Mesmo sem querermos ser influenciados, só o facto dos nossos colegas se terem revoltado, dá-nos dados novos sobre a empresa e o mercado.

Por isso, meus amigos, muita atenção aos sinais. Nunca se sabe quando chega a nossa hora de demitir ou ser demitido. Seja do emprego, relação ou casamento. Se não querem perder, trabalhem mais e sejam mais dedicados. E, já agora, não vão em modas.

Tsetse