Eu, cabra, me confesso!
TNT, 15.03.09
Almoço com um amigo que já não via há mais de vinte anos. Ele, virtuoso dos seus votos matrimoniais, eu, solteira convicta. Ao pormos a escrita em dia com comentários mais ou menos bem-dispostos sobre o estado civil dos demais, a bomba é apresentada por esta vossa menina ao pôr na mesa o assunto que mais casais separa, traduzido pelo mijar fora do penico, o pular a cerca, o apanhar ar por outras paragens. Digo-lhe que as mulheres, quando o fazem, fazem-no consciente e convictamente, planeiam a coisa ao pormenor e sabem exactamente com quem, como, quando e porquê. Quando as mulheres dizem “ah e tal, perdoa-me, aconteceu...” é treta! O que acontece às mulheres é irem na rua, tropeçarem e caírem. Isto são coisas que acontecem. Trocarem fluidos ou algo mais, quando são comprometidas, não acontece. É planeado. Ao pormenor.
Para quem está no mercado, isto não é novidade. Para os mais arredados destas andanças poderá até ser.
Então, mas afinal, as mulheres são umas cabras!? – questiona-se o macho. Bom, serão ou não, já lá dizia o outro. Se ser-se cabra é sinal de se ser organizada, eu, cabra, me confesso!
Lá porque os homens são atabalhoados e deixam tudo ao deus-dará, metem os pés pelas mãos, não se aguentam à bomboca e publicitam aos sete ventos as suas conquistas, é lá com eles!
Da mesma maneira que as mulheres organizam a sua agenda de forma a conciliar todas as vidas que a vida feminina comporta - carreira, casamento, filhos, amigos, idas ao cabeleireiro, pedicure, manicure, depilação, compras de supermercado, outras compras, vida doméstica, organização das agendas da canalha com as agendas das mães das outras canalhas – também o fazem na mui valiosa arte de enchifrar.
Há que dar mérito a quem o tem. E as mulheres têm-no!
TNT