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O Interno Feminino

Divagações e reflexões do mundo no feminino. Não recomendado a menores de idade ou a pessoas susceptíveis.

Mais um embuste

Avatar do autor tsetse, 10.04.08

Se há coisa que me irrita é a injustiça com que as mulheres são naturalmente tratadas, como se não houvesse alternativa, quando a há. Já aqui falei diversas vezes sobre o assunto, mas faltou-me uma das suas vertentes mais complicadas: como é esperado que as mulheres sejam responsáveis pelos filhos e pelas partes aborrecidas da sua criação. Para fazer os filhos e para ir passear com eles, ambos estão disponíveis. Mas, para passar noites acordadas, dar banho, tomar conta, quando pai e mãe têm simultaneamente algo mais interessante para fazer, ou garantir que não lhes falta nada, aí a coisa muda de figura. A maior parte dos homens parte do princípio que as mulheres tratarão, naturalmente, do assunto.

Ou seja, tal como nas tarefas domésticas, se tiverem alguém que lhes faça as coisas de graça, eles esquecem (ou fingem esquecer) as obrigações. E, se a questão das tarefas domésticos pode ser resolvida quando a mulher deixar de aceitar a situação e começar a deixar algumas coisas por fazer, quando o assunto é uma criança, o caso muda de figura. Uma mãe dificilmente deixará uma criança negligenciada para "ensinar" o  pai a tomar conta dela.

A verdade é que a única questão que só pode resolvida pelas mulheres é a amamentação. Por isso, esta é a única actividade em que os homens não podem ajudar e é por isso (e para a recuperação física do que já tiveram que sofrer durante a gravidez) que as mulheres têm uma licença maior depois do parto. De resto, ambos têm a mesma responsabilidade na educação, higiene e preenchimento de tempos livres. Só que, como já aqui dissemos dezenas de vezes, os homens são na sua maioria uns comodistas manipuladores, que tentam sempre atirar o barro à parede a ver se cola.

Por isso, para desmitificar o assunto e ajudar as leitoras a defenderem-se, aqui ficam alguns dos exemplos que tenho visto ser utilizados pelos pais para fugirem aos seus deveres:
1. Ficar a trabalhar (ou a ler emails e site noticiosos no trabalho) até mais tarde, para perder a hora do banho.
2. Dizer que é um desastrado, por isso prefere não dar banho ao bebé, para não o deixar cair.
3. Dizer que não tem jeito.
E a vencedora:
4. Simplesmente não fazer as tarefas, por saber que a mulher nunca as deixará de fazer.

Parece uma batalha perdida? Talvez... Mas há sempre uma alternativa: desenhar um plano de contra-ataque. Que tal fazer um plano de distribuição de tarefas? Se a mulher dá banho 3 dias seguidos, o homem tem que dar o banho nos 3 dias seguintes? E se ele falhar, e vocês forem obrigadas a substituí-los, obrigá-lo a pagar-vos pelos serviços de babysitter? Aproveitem, façam um preço alto e depois vinguem-se em compras, spas, gadgets ou no que quer que seja que vos faça feliz. Ao fim de um certo tempo, eles terão que deixar de inventar desculpas e começar a trabalhar em casa, para não declarar falência.

Tsetse

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