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O Interno Feminino

Divagações e reflexões do mundo no feminino. Não recomendado a menores de idade ou a pessoas susceptíveis.

As séries médicas e o Dr. House

Avatar do autor TNT, 18.03.07

Por manobras do destino, tenho sido obrigada a permanecer em casa mais tempo do que gostaria... Hoje está um sol fabuloso lá fora e eis-me aqui a papar mais uma série de médicos sem o menor interesse, sem qualquer nota de originalidade, mas cujo tema, pelos vistos, continua a vender e bem. (Grey’s Anatomy)

As séries médicas americanas são sempre iguais. Sempre os mesmos dramas pessoais e médicos. Sempre a mistura do sentimento a puxar à lágrima fácil ou ao sorriso tão próprio dos finais felizes. Sempre os mesmos internos (estagiários) a parecerem acabadinhos de sair de castings (ah é verdade... saíram mesmo!), cheios de humor, e a comerem-se uns aos outros sempre que podem.

Uma vez que esta fórmula funciona tão bem, as séries duram uma, duas, três, as temporadas que forem e há portanto a necessidade de entrarem novos médicos, mais uma vez com ar de actores que iniciaram as suas carreiras como manequins, mas que de repente necessitam ficar com ar inteligente, apesar da maquilhagem carregada... E têm de entrar novos personagens porque senão, aquilo fica tudo uma grande badalhoquice porque já rodaram todos várias vezes e parece mal... É necessária carne fresca, até por causa das doenças e assim. Já que é uma série médica...

Mas eis que surge no panorama uma série que pretende contrariar o estereótipo e espantem-se (!) até tem sucesso! O Dr. House é irritante, agarrado a analgésicos, não come ninguém nem ninguém o come a ele porque ele não deixa, não tem sentimentos, não é bonito, não se comove com os casos dramáticos, está-se nas tintas para os doentes, é insuportável, é lingrinhas, inconveniente, uma besta, gosta de novelas e só se torna irremediavelmente atraente, porque é um poço de sabedoria com rasgos de genialidade que deixam qualquer mulher minimamente inteligente a flutuar de pézinhos no ar. Ah, e toca umas pianadas o que é sempre impossível de ser ignorado pelo mulherio. É claro que as médicas desta série continuam a ter ar de quem acabou de sair da Moda Lisboa, muito produzidas e maquilhadas, mas também não se podem romper com todos os cânones repentinamente. Há que assegurar os patrocinadores...

Ou seja, tirando os insignificantes pormenores da sabedoria e dos rasgos de genialidade, o Dr. House poderia perfeitamente trabalhar no serviço nacional de saúde. Fizeram uma sondagem nos EUA onde perguntavam que médico duma série preferiam que os assistisse, caso tivessem um problema de saúde. E a resposta foi quase unânime: Dr. House. Porque a verdade é que ele é muito mais real que os outros todos, o que o aproxima mais das pessoas.

Pode ser que assim, as séries comecem a ficar mais reais, com actores parecidos com pessoas reais, com dramas reais em vez da salganhada costumeira do “não sei se hei-de ir prá cama com o Dr. Yes ou com o Dr. No...”

TNT

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