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O Interno Feminino

Divagações e reflexões do mundo no feminino. Não recomendado a menores de idade ou a pessoas susceptíveis.

Macho que é macho

Avatar do autor tsetse, 19.08.11

 

Embora eu seja a favor da igualdade de oportunidades, de direitos civis e de remunerações entre géneros, não sou a favor do fim da feminilidade ou da masculinidade e, muito menos, da criação de uma metro-sexualidade transversal, que transforma todos os seres em iguais. Nunca queimaria soutiens, nem participaria em marchas contra os saltos altos ou a maquilhagem.


Gosto de ver mulheres delicadas e arranjadas de forma feminina e gosto de homens masculinos, daqueles que inspiram confiança e que nos fazem sonhar com uma protecção eterna. Com isto não quero dizer que os homens não devem cuidar da sua aparência ou tentar vestir algo que os favoreça e esteja na moda. Podem e devem, desde que não passem um certo limite.

E onde está o limite? Como é difícil de definir, vou tentar listar o que me faz espécie em alguns homens e que funciona, para mim, como um turn-off:

- Homem que é homem, não usa pijaminha e raramente tem frio. Se um namorado me dissesse que gostava de dormir de pijaminha para ficar quentinho durante a noite, não conseguiria conter o riso.
- Macho a sério pode interessar-se por decoração, mas jamais irá decorar o espelho da casa de banho com conchinhas que apanhou na praia ou coleccionar miniaturas de prata ou de cristal.
- Homem a sério não tem medo de ser arranhado por um gato ou de torcer um pé, nem anda sempre a queixar-se das pequenas mazelas. Um homem, para mim, tem que ser resistente e pieguice é sinónimo de efeminado.

- Um macho digno desse título não pede a uma senhora para não colocar um copo em cima da mesa, para não estragar a madeirinha, nem fica preocupado sempre que colocamos um copo cheio perto do seu rico telemóvel.
- Um verdadeiro homem não tem medo de baratas, ratos e outros pequenos animais e nunca, mas nunca, pede a uma mulher para matar tais seres, por ele.

Com certeza que, para outras mulheres, o limite será outro, mas há sempre um limite.

 

 

* ilustração de Roxy Lady

Do T2 à gruta do Ali Babá

Avatar do autor TNT, 03.08.11

Bem sei que a crise é mais que muita e que muitas vezes temos de fazer sacrifícios que não faríamos noutros tempos mais abastados. Ainda assim, confesso que me baralha um bocado a ideia de um casal se separar e manter-se na mesma casa. E, claro que, não são propriamente palacetes com várias alas. São, na maioria, T1 ou T2 com arrecadação.

Conheço uma série de ex-casais – sem filhos - a viverem juntos em ex-casas, com ex-memórias, ex-chatices e ex-aventuras. Tudo muito civilizado – dizem eles – com novas relações a despontar e a presença dos ex no sofá da sala a alambazarem-se em Doritos frente à tv.

A meu ver, quando as pessoas se separam, deviam mesmo separar-se. Nem que fossem viver para um quartinho com serventia de cozinha e banho com águas correntes. Antes isso, do que chegar a casa e encontrar o imprestável de quem nos decidimos separar porque já não lhe podíamos olhar para as trombas.

Talvez seja antiquada, talvez não esteja bem a ver a crise em que nos encontramos, mas não bastará já a crise financeira? Temos de arranjar crises acrescidas para os tempos difíceis que se vivem?

Uma separação, embora sempre penosa, tem de ser literal. Separarmo-nos e mantermo-nos é como ir até à porta da gruta do Ali Babá e não entrar. Nunca se fica a conhecer os tesouros que estão para além daquilo que já conhecemos e que são provavelmente mais valiosos que as paredes do T2…

 

* ilustração de Roxy Lady