Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O Interno Feminino

Divagações e reflexões do mundo no feminino. Não recomendado a menores de idade ou a pessoas susceptíveis.

Adiando o inevitável...

Avatar do autor TNT, 27.07.08

Confidenciava-me um amigo que não se sentia completamente confortável com a sua nova namorada. Que não conseguia relaxar. Que não se “sentia em casa”... Achava que se calhar não gostava tanto dela, como ela dele. Que ela criava mais expectativas sobre a relação do que ele. Enfim... resumindo e concluindo, que havia um grande desfasamento entre os anseios e objectivos de cada um.

Como penso que é uma grande injustiça para ambas as partes – enganam e são enganados à vez – achei por bem explicar que talvez o melhor fosse terminar com a relação, antes que as coisas se tornassem mais sérias e consequentemente mais dolorosas e difíceis.

Eh pá, pois é... também já pensei nisso... mas não sei muito bem como hei-de fazer, não tenho jeito para terminar relações e tal...” Disse-lhe que o melhor seria ser honesto e explicar à moçoila que os objectivos de cada um eram diferentes e que para ser completamente honesto, não poderia continuar assim, etc, etc, até porque ela merecia algo diferente, mais de acordo com as suas expectativas... Ou seja, um bocado na linha do “não és tu, sou eu” mas mais soft!

Eh pá, é que ainda hoje de manhã nos embrulhámos... é um bocado chato acabar tudo de repente... ainda por cima temos um jantar de uma amiga dela na terça-feira e já disse que ia...

Oh meus amigos! Quando se quer adiar uma decisão, é possível arranjar desculpas indefinidamente. Ele é o jantar, ele é o aniversário, ele é o natal, a passagem-de-ano, o carnaval e a páscoa. É o festival da canção, a novela e a estreia do filme checo. É o que for! Desde que adie o inevitável.

Na minha opinião, estas coisas só têm tendência para piorar. E, normalmente, o feitiço vira-se contra o feiticeiro. Mas isto... cada um sabe de si!

 

TNT

Ser namorada de surfista...

Avatar do autor TNT, 15.07.08

Neste domingo ventoso fui à praia que estava pejada de kite-surfers.
Depois de apanhar grandes tareões de areia, e por impossibilidade de ler porque as páginas não paravam sossegadas, decidi observar o ambiente da praia e seus frequentadores. Devo confessar que aquilo parecia o mercado da carne feminina... A praia estava à pinha de raparigas sozinhas a olharem para o mar tentando vislumbrar no meio da comunidade surfista os seus mais-que-tudo. Eles, divertidíssimos com as suas proezas desportivas. Elas, com um ar de seca que metia dó. Umas com um livrito, outras munidas de ipod, e ainda outras com umas trombas até ao chão!

Só me apetecia era acordá-las para a vida! Mas depois, pensando bem... provavelmente aquela é a vida que escolheram ter. Ser namorada de surfista com tudo o que de bom e mau isso acarreta.

A parte boa de ser namorada de surfista não a conheço... a não ser aquela coisa de eles serem todos giraços, burros que nem uma bota da tropa e, consequentemente, facilmente manipuláveis. A parte má... bem... como direi? Já me foi dado a saber por várias interlocutoras, que os surfistas, de uma forma geral, sofrem de EP! Não, não estou a falar das extintas Empresas Públicas. Falo de Ejaculação Precoce...! Não sei se é do sol a mais na moleirinha e nas partes baixas, se de estarem sempre com o material mergulhado, só sei que, a juntar à falta de comparência na areia, também não se portam muito bem no vale dos lençóis.

Ora, se pensarmos bem, onde há falta de algo, há oportunidades! Não podemos ver as coisas pelo lado negativo! E aqui há claramente um nicho de mercado para os celibatários das nossas praias! Meninos, oiçam o que vos digo: em dias ventosos, pespeguem-se em praias de surfistas... Elas estão lá, sozinhas e a levar seca, à espera que algo aconteça e que as anime.

Quem sabe o que os ventos vos podem trazer?

 

TNT
 

Nunca subestimar uma mulher despeitada...

Avatar do autor TNT, 14.07.08

Muitas vezes se ouve “Ah e tal, ele tem namorada mas vai deixá-la. Vai acabar com ela para ficarmos juntos...” Até pode ser verdade! Embora a maioria das vezes não passe de uma grande patranha... Porém, caso se realize, uma coisa é certa: se aconteceu com a outra, também pode acontecer connosco. E quanto a isto, as mulheres devem ter sempre os olhinhos muito abertos. Porque milagres é só em alguns locais a designar e raramente nos calha a nós!

Quando somos a actual e existe uma “ex” despeitada por ter sido trocada, convém andarmos sempre uns passinhos à frente. Se o tipo fez isto uma vez, vai com certeza fazer uma segunda ou terceira. E pode perfeitamente calhar-nos a nós! Por que não?

Até porque há poucas coisas que dão mais prazer a uma mulher despeitada do que fazer a folha ao gajo que as deixou agarradas! E nada melhor do que sacar o gajo novamente, nem que seja por uma noite ou duas, só para ter o prazer mórbido de enganar a outra. A grande rameira! Que, provavelmente, não é vista nem achada na questão, mas que vai levar com um grandessíssimo par de chifres sem perceber sequer donde ele vem.

As “ex” têm argumentos poderosíssimos para conseguirem sacar a sua presa. Conhecem-na como a palma da mão, as fraquezas, as preferências, os gostos e os desgostos, o que lhes facilita imensamente a tarefa. Acreditem...! Been there, done that... and more than once!

Por isso, meninas, nunca deitem grandes foguetes quando o tipo decidir entrar nas trocas e baldrocas. Se uma vez são eleitas, na vez seguinte podem ser derrotadas na secretaria. Com esquemas próprios de quem domina os meandros da coisa e todas as questões burocráticas em torno do pódio.

É o sistema...

 

TNT

Desta água não beberei

Avatar do autor tsetse, 08.07.08

Sempre tive cuidado em não dizer que nunca faria uma determinada coisa, pois a experiência ensinou-me que a vida dá muitas voltas e há circunstâncias (ou loucuras) inesperadas.

Lembro-me de ter uma amiga que era muito intransigente em relação a traições ou relações com chefes. Lembro-me de a ouvir chamar os piores nomes às amantes dos outros e de ridicularizar duas conhecidas nossas que começaram a namorar com os chefes (que por acaso até eram desimpedidos). Por muito que eu argumentasse, ela nunca cedia nas suas convicções. Um dia ela enlouqueceu (ou caiu em paixão, como preferirem) e traiu o namorado com o chefe, que por acaso era casado. Mais do que a história em si, todos criticaram o facto de ser ela, tão puritana e tão crítica em situações semelhantes, a entrar na história.

Acho que, no fundo, todos os que a conheciam bem ficaram profundamente desiludidos e com o sentimento de terem perdido horas a argumentar com ela em vão, pois, afinal, ela provavelmente não tinha acreditado no que tinha defendido. Se eu já tinha medo de dizer "desta água não beberei", depois deste episódio, comecei a evitá-lo ao máximo.

No entanto, tenho que admitir que me vejo agora numa destas situações. Eu sempre disse que jamais diria mal de um ex-namorado. Essa era uma daquelas certezas que eu achava que não poderia ser abalada. Por duas razões: porque dizer mal de um ex-namorado é por si só desacreditar a nossa capacidade de escolha; e porque partilhámos a nossa intimidade com ele e não devemos lavar a roupa suja em público de quem, algures, confiou em nós. Até ao dia em que tive um ex-namorado tão execrável, que, para além dos defeitos que já tinham sido detectados durante a relação (e que levaram ao seu fim), começou a mostrar outros que o qualificam como alguém sem o mínimo de escrúpulos, vergonha ou princípios. Ao fim de uns anos, era impossível manter-me calada sobre tal comportamento.

Aprendi, da pior maneira, que é fácil dizer "nunca", quando não se passou por situações extremas. Se calhar, existe mesmo "mau casting" (como diziam as minhas amigas, em conversas sobre o assunto) e pessoas que escondem os seus verdadeiros valores durante um determinado período de tempo. Se calhar, eu não avalio tão bem o carácter dos outros como pensava. Se calhar, eu tinha era tido sorte com todos os outros ex-namorados.

E, à medida que a vida vai passando, vai sendo cada vez mais difícil ter fortes convicções. Parece que há sempre alguma coisa (loucura ou cegueira passada, pessoas más, o que for) que nos empurra para o meio, para a vulgaridade dos politicamente correctos e dos clichés.
 

Tsetse